São Paulo - Apesar da idéia da criação já no próximo ano de uma Liga de Clubes de futebol para substituir o Campeonato Brasileiro, a dependência da televisão continuará a mesma. Atualmente, na Copa João Havelange cada partida tem início num horário diferente (15h45, 16h, 18h, 18h30, 20h30, 21h40 ou 22h), dependendo do programa político, do filme ou da novela que a televisão está exibindo.
Um dos reflexos da confusão de horários é a redução de público nos estádios. Mesmo assim, os dirigentes garantem que a principal fonte de renda dos clubes é mesmo a cota de televisão e, por isso, nada será alterado.
Segundo o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, 55% da receita é proveniente da cota da televisão. "Na Europa, esse número é bem menor, 31%", comenta. Koff acredita que a solução para os clubes aumentarem a renda seria a maior presença de público nos estádios, mas admite que se torna incompatível com a presença da TV.
"Nos principais campeonatos da Europa, a tevê aberta passa apenas um jogo por semana e todos os outros são transmitidos pela tevê paga, que, no Brasil, ainda não tem receita", ressalta o dirigente.
Para Koff, os clubes deveriam buscar dinheiro por meio de outras fontes, como o marketing, o licenciamento da marca e a parceria com uma grande empresa. A Globo pagou R$ 70 milhões ao Clube dos 13 para ter o direito de transmissão da João Havelange.
O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, também considera imprescindível a presença da televisão no futebol. Ele comemora o fato de ter recebido US$ 200 mil de cota pelo jogo de quarta-feira, contra o Palmeiras, pela Mercosul. "No próximo jogo com o Palmeiras, em Minas, vamos receber mais US$ 600 mil."
Os valores das cotas de tevê para o Torneio Rio-São Paulo de 2001 já foram definidos em reunião entre os clubes e a Globo, detentora dos direitos. Eles dividirão R$ 15 milhões.