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Presidente do Comitê Paraolímpico preocupado com futuro
Domingo, 29 Outubro de 2000, 01h53

Sydney - O canadense Robert Steadward, um senhor baixote de bochechas salmonadas e olhos azuis muito vivos, dirige como um executivo de alto nível um empreendimento enorme. Só não é comparável ao que seu colega catalão Juan Antônio Samaranch, presidente do Comitê Olímpico Internacional, gerencia, porque esse é majestoso.

Robert Steadward é o presidente do Comitê Paraolímpico Internacional e durante os Jogos Paraolímpicos de Sydney montou seu quartel-general em um hotel de luxo bem no centro da cidade australiana.

Steadward, apesar de toda a mordomia que o cerca, anda preocupado. A Paraolimpíada de Atenas daqui a quatro anos estão ameaçados. Ele está com medo. As obras estão atrasadas e se a Olimpíada corre risco, o que dirá a "prima pobre", então...

O JT demorou dez dias para conseguir falar com exclusividade com o presidente do Comitê Paraolímpico Internacional. "Apenas 10 minutos", exigiu sua assessoria. Steadward falou vinte. Ele está muito interessado em falar aos sul-americanos, pretende realizar em futuro breve uma Olimpíada Paraolímpica no continente. Garante que tem recebido sinais de dirigentes latino-americanos muito interessados em fomentar o movimento paraolímpico nessa parte do mundo.

"Ando ansioso porque não há nada garantido ainda com relação a Atenas, daqui a quatro anos. Ouço que as obras estão atrasadas, que há problemas com patrocinadores, mas me acenam com certezas. Só ficarei animado quando realmente assinar o contrato. Recebi informações de que antes do próximo fim de semana terei novidades. Vou aguardar. O movimento paraolímpico internacional é muito grande, não pode ficar nessa dependência. Estou muito, muito preocupado", disse, na sexta-feira cedo, em Sydney.

Jornal da Tarde - Que tipo de balanço o senhor faz desta competição australiana, que está chegando a seu final?

Robert Steadward - O Comitê está entusiasmado. Desde Barcelona/92 não vemos um envolvimento tão grande e intenso em torno dos Jogos Paraolímpicos. Em Atlanta/96, tudo foi feito em separado em relação aos Jogos Olímpicos. Isso foi ruim para o nosso movimento. Foi péssimo dividir esforços. Em Sydney, ao contrário, a maioria dos voluntários também trabalhou nos Jogos Olímpicos. Eles já vieram com esse espírito de solidariedade para os Jogos Paraolímpicos. Quanto aos australianos, então, basta ver o público (em Sydney, a Paraolimpíada começou com pouca gente no Parque Olímpico, mas depois bateu recordes. Foi vendido mais de um milhão de bilhetes e quase 400 mil crianças passaram pelas catracas em excursões programadas há dois anos).

JT - O senhor vê como viável essa união entre esforços olímpico e paraolímpico? Claro, essa é a saída, a única saída. Os dois Comitês Internacionais têm de trabalhar juntos, tanto no sentido de organizar as competições como também na luta para conseguir patrocinadores fortes e, principalmente, na batalha para chamar a atenção da mídia mundial.

Foram registrados seis casos de doping nos Jogos Paraolímpicos de Sydney, e todos eles apareceram no levantamento de peso. As punições foram exemplares: quatro anos, já incluindo os próximos Jogos. O senhor está preocupado com a questão? Muito, muito preocupado. Embora o número de testes positivos tenha sido pequeno em razão do número de testes realizados, é preciso ficar atento. Fizemos mais de 1.900 testes, inclusive antes da realização dos Jogos, a exemplo do Comitê Olímpico Internacional. A maioria das modalidades saiu limpa dos Jogos, o que é muito importante para o movimento paraolímpico, onde a disputa pelo ouro está cada vez mais intensa. Mas não se pode esmorecer. É preciso que atletas, dirigentes, médicos, todos saibam: não pouparemos esforços para combater essa praga.

Em todas os contatos que fiz nesses Jogos Paraolímpicos, ouvi sempre um detalhe em comum: a necessidade de passar a idéia de que, mais importante que as medalhas, é o exemplo dos paraolímpicos. Fale sobre isso, por favor.

Você tocou em um ponto fundamental. Claro, todos buscam medalhas, buscam o ouro. Tivemos aqui em Sydney exemplos fabulosos de superação e alto rendimento. Porém, não é isso o mais importante. O importante é que os atletas paraolímpicos passem seu exemplo às pessoas portadoras de deficiências físicas em todo o mundo. Elas pecisam saber que podem, que têm seus limites que precisam ser alcançados e superados. E a mídia internacional tem um papel importantíssimo nisso, na medida em que mostra para o mundo esses momentos de superação e coragem dos atletas paraolímpicos.

Como o senhor vê o movimento paraolímpico no continente sul-americano?

Você vive no continente do futuro. Também é assim que vejo o movimento paraolímpico na América do Sul. Creio que no máximo nos próximos 10 anos o movimento esteja consolidado e em condições não apenas de fazer crescer em importância os Jogos Paraolímpicos Pan-Americanos como também em receber uma Paraolimpíada.

Mais medalhas Neste sábado o Brasil conquistou cinco medalhas em Sydney: uma de ouro e quatro de prata, quatro na natação e uma no atletism, para o total de seis de ouro, dez de prata e cinco de bronze, equivalente à 23ª posição no quadro geral. A nadadora Fabiana Sugimori venceu os 50 m medley (deficientes visuais). As medalhas de prata: Danilo Glasser nos 50 m livre (deficiência em uma das pernas), Mauro Brasil nos 50 m livre (comprometimento de coordenação motora); revezamento 4X50 m livre, com Francisco Avelino, Adriano Lima, Luis Silva e Clodoaldo Silva. No atletismo, André Luiz Andrade foi prata nos 200 m (deficientes visuais), depois de já ter sido prata nos 100 m.

Jornal da Tarde


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