São Paulo - Com 6 ouros, 10 pratas e 6 bronzes, o Brasil terminou neste domingo em 24° lugar sua participação na Paraolimpíada de Sydney.
Foi a melhor participação brasileira desde 1984, em Los Angeles, quando o país terminou com 27 medalhas, sendo sete de ouro, 14 de prata e seis de bronze.
Em Atlanta, em 1996, o Brasil havia ficado na 37ª colocação, com duas medalhas de ouro, seis de prata e 13 de bronze.
O Brasil levou a Sydney 65 atletas, a maior delegação de sua história. Os atletas disputaram medalhas em nove modalidades: natação(16), atletismo (10), judô(5), tênis de mesa (5), halterofilismo (3), ciclismo (2), esgrima (1), além de basquete para deficientes mentais e futebol, voltado para deficientes que sofreram algum tipo de paralisia no cérebro.
Na última participação de brasileiros nos Jogos, mesmo sem ter treinado no Recife porque não tem dardos com os quais praticar a prova de lançamento, Roseane Santos, 29, a Rosinha, ficou em quinto lugar na disputa da categoria F58 (para amputados) dessa modalidade. O melhor lançamento da brasileira, que tem duas medalhas de ouro nestes Jogos, atingiu os 19m39.
"Essa não era minha prova", comentou a atleta, tranqüila, depois da competição. "Mas acho que, agora, quando voltar vou ter um dardo para treinar. Vou-me preparar para Atenas, com certeza!"
Na prova de Rosinha, o recorde mundial foi quebrado tantas vezes que beirou o ridículo. Antes de Sydney, a melhor marca era da suíça Susy Hurlimann, com 17m25.
Edith Nzuruike, 24, da Nigéria, levou o ouro na prova com um lançamento de 25m54. E em nenhuma das vezes em que lançou o dardo ela ficou abaixo dos 22m.
A prata foi para a queniana Mary Nakhumicha, 27, com 23m87. Zakia Abdin, 33, do Egito, levou o bronze com 23m69. Ambas ultrapassaram a marca dos 17m em todos seus lançamentos.
Na maratona categoria T12 (para deficientes visuais), Aurélio Santos, 38, também terminou em quinto, com o tempo de 2h41m45. Ele chegou ao estádio olímpico conduzido pelo guia Eduardo Paiva, 18. Aos 30km da prova, Eduardo havia substituído o guia que geralmente corre com Aurélio, Francisco José da Silva, 38, que estava esgotado.
Aurélio ficou muito decepcionado com o resultado da prova. "Foi horrível, não aconteceu o que eu queria", disse o maratonista, que é funcionário da prefeitura municipal de Marília, em São Paulo.
Apesar de não ter conseguido o pódio paraolímpico, ele já planeja começar os treinos no Brasil para a maratona de São Silvestre. No currículo, Aurélio tem dois ouros (800m e 1500 m) no Pan-americano de 1995 na Argentina, três pratas (800, 1500, 5000) no Sul-americano de 1994 no Brasil, um quarto lugar em Atlanta e o bronze na maratona de Lisboa no ano passado.
O ouro da maratona masculina para deficientes visuais foi para o polonês Waldemar Kikolski, 33, que estabeleceu um novo recorde mundial com o tempo de 2h33m11. O inglês Stephen Briunt levou a prata com 2h34m10, e o mexicano Moises Beristain, 38, o bronze com 2h36m27.
Confira o quadro final de medalhas