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Ferran precisa de calma para garantir título
Domingo, 29 Outubro de 2000, 10h56

Fontana - Gil de Ferran venceu duas corridas nessa temporada da Indy, em Nazareth e Portland, e somou um total de 153 pontos, com os quais chegou à prova decisiva na liderança e com boas chances de conquistar o título. Mas, para isso, precisará superar vários desafios, ter muita regularidade e um bom desempenho no California Speedway, onde serão disputadas neste domingo as 500 Milhas de Fontana, que a DirecTV transmite ao vivo, a partir das 17h30 de Brasília.

O simples fato de disputar uma longa e cansativa prova de 500 milhas, que deve durar cerca de três horas, já é uma tarefa que exige muita concentração. Dos 27 pilotos que largaram no ano passado, só 15 completaram -um dos 12 restantes é Greg Moore, que morreu num acidente após chocar-se contra o muro. Em 98, largaram 28 e terminaram 13.

Na Indy desde 95, Gil sabe de tudo isso e avisa que "o desafio número 1 é terminar a corrida, como em todas as 500 Milhas". E o desafio número 2 é não ficar atrás do mexicano Adrian Fernandez, que venceu a prova de Fontana no ano passado e está a apenas cinco pontos de Gil, louco para evitar que ele se torne o segundo brasileiro campeão na Indy -o primeiro foi Émerson Fittipaldi, em 89. "Vai ser muito importante ficar calmo, porque as coisas vão acontecendo e você termina na frente", disse o cauteloso Gil.

"Não tem de se desesperar. Aqui você não corre contra uma pessoa só, como o (Michael) Schumacher e o (Mika) Hakkinen na Fórmula 1."

Fazendo juras de amor à Penske, da qual "tem a honra de ser piloto", Gil acredita que um pouco de jogo de equipe pode ser útil num momento decisivo como esse. Mas garante que nada será definido antes da largada. "Essa é uma decisão que o Roger Penske (dono da escuderia) toma durante a corrida, dependendo do que acontecer." No que depender do seu companheiro de equipe, Hélio Castro Neves, Gil acha que pode contar. "O Helinho já me ajudou em Saint Louis e tenho certeza que pode me ajudar de novo, se precisar."

Mas Helinho acha que, dependendo da situação, ele pode acabar sendo o favorecido, pois tem 125 pontos e alguma chance de terminar o campeonato em terceiro. "A equipe quer que eu chegue numa boa posição", diz. Se o Gil estiver em primeiro e eu em segundo, talvez ele até me deixe passar."

Embora ache difícil correr em equipe em circuito largos como esse (largura de 24 metros), porque "é difícil segurar e os outros pilotos passam de qualquer jeito", Helinho tem uma idéia que pode ser vantajosa para ambos. "O Gil e eu podemos trocar vácuo para abrimos vantagem."

Depois de ter disputado uma temporada pela equipe Bettenhausen e outra pela Hogan, Helinho está mais que satisfeito com seu terceiro ano de Indy, pela Penske, onde segundo ele, existe igualdade de tratamento. "Não tem essa de torcerem para um piloto ou para o outro." Na sua opinião, ele também poderia até estar disputando o título. "Tive falta de sorte, o motor quebrou duas vezes.

O Estado de São Paulo


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