São Paulo - A CPI do Futebol, instalada no Senado, pode solicitar a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Tudo vai depender das conclusões que forem tiradas das análises dos documentos que serão encaminhados pelo Banco Central e pela Receita Federal, resultantes das quebras de sigilo bancário da CBF e da empresa de marketing esportivo Traffic. O primeiro lote de papéis deve estar à disposição dos senadores até quarta-feira.
Segundo o presidente da CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o BC está providenciando, junto a todos os bancos envolvidos em negociações da CBF, os documentos que serão investigados. A estimativa é de que toda a documentação esteja disponível até o final da próxima semana. "Vamos analisar essa papelada e, se acharmos que a quebra do sigilo bancário do presidente da CBF é importante, vamos requisitá-la", informou Dias.
A prioridade da comissão é tomar decisões baseadas em critérios lógicos. Tenta-se, dessa forma, centralizar as investigações em assuntos pré-determinados para, assim, evitar que a avalanche de informações que vai chegar dilua os focos de apuração e comprometa sua credibilidade. "Nosso objetivo não é execrar as pessoas, mesmo porque ser chamado pela comissão não é um atestado de culpabilidade."
A CPI solicitou ao BC e à Receita Federal o envio de cópias de todos os contratos mantidos pela confederação. É exatamente esse ponto que será abordado nos primeiros depoimentos. Amanhã, está convocado o responsável pelo Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros (Decif) do BC, Ricardo Liao. Na quinta-feira será a vez do ministro da Previdência e Assistência Social, Waldeck Ornélas.