Rio - A convocação do atacante Adriano, do Flamengo, para a seleção brasileira que enfrentará a Colômbia, dia 15 de novembro, em São Paulo, pela rodada de abertura do returno das Eliminatórias para a Copa de 2002, pegou todos de surpresa, inclusive o próprio jogador, que ainda dormia às 10h, quando o técnico Emerson Leão divulgou a lista. O jovem atacante, de 18 anos, disse que foi acordado por seus familiares, dando início à uma grande festa.
"Minha mãe me acordou chorando e pulando. A partir daí foi uma alegria só lá em casa. A convocação foi uma surpresa, mas com certeza, foi uma das coisas mais importantes que já aconteceram na minha vida", afirmou Adriano, que somente no meio da Copa João Havelange conseguiu se firmar como titular do Flamengo.
O próprio atacante admitiu que ainda é muito novo. No entanto, ele se permite até mesmo sonhar com uma longa vida com a camisa canarinho. "Estou feliz pelo reconhecimento do meu trabalho, mas sei que tenho que aprender muito ainda. Vou conhecer jogadores com os quais eu sempre sonhei jogar. Vou fazer de tudo para agarrar esta oportunidade e não sair mais da seleção brasileira", afirmou o jogador.
Leão também afirmou que acha prematura a convocação de Adriano, apesar de ter rasgado elogios ao atacante rubro-negro na entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira.
"Adriano é um atacante novo, de um grande futuro. Por ser alto e canhoto, ele pode ser um diferencial, pois há muito tempo o Brasil não tem um jogador com estas características. Sua convocação pode ter sido prematura, mas ele tem estilo diferente de Romário e França, caso precise mudar a equipe", disse Leão.
Até o começo do ano, Adriano era apenas mais um jogador dos juniores que esperava por uma chance entre os profissionais. O primeiro técnico que o aproveitou foi Paulo César Carpegiani e com certeza não se decepcionou. Adriano fez um golaço contra o São Paulo, pelo Torneio Rio-São Paulo, mas depois não teve muitas oportunidades.
Adriano voltou a ser utilizado, desta vez por Carlinhos na Copa JH, mas ainda como reserva. O atacante foi ganhando a confiança do treinador e da torcida rubro-negra, barrando, inclusive, o meia Alex, até então titular da Seleção Brasileira. Veio Zagallo e Adriano foi mantido nas partidas contra Vélez Sarsfield e Vasco, nas quais fez gols. Ao todo já são sete na Copa JH e um na Mercosul, que o credenciaram para a seleção.
"Foi tudo muito rápido, num piscar de olhos. Passei necessidades nas categorias de base e agora estou me preparando para resistir às tentações, com ajuda do meu empresário, o ex-goleiro Gilmar Rinaldi, e da minha família", afirmou o atacante.