Rio - O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Eduardo José Farah, afirmou em entrevista ao programa Cartão Verde, da TV Cultura, que não é contra a uma CPI na FPF, que está sendo proposta pelo deputado estadual Milton Vieira (PL).
O deputado vem pedindo a instalação desta CPI, alegando que a FPF é rica, enquanto os clubes são pobres. Ele também quer investigar a venda da sede da entidade e as negociações de jogadores que tiveram o passe comprado pela FPF. Farah garante que dará todos os documentos que forem solicitados.
"Estamos à disposição da CPI. Mas quero deixar claro que a FPF só comprou o passe do Marcelinho Carioca, por sete milhões de dólares (aproximadamente R$ 13,6 milhões), e o repassou ao Corinthians. Mas outros jogadores, como o caso do Túlio no São Caetano, a Federação apenas ajudou a pagar os salários. Quanto à venda do prédio, quero dizer que vendemos a sede antiga por três milhões e meio de reais e compramos um novo prédio, mas tudo dentro da legalidade", afirmou Farah.
Sobre a venda dos direitos de transmissão do Campeonato Paulista, Farah afirmou que a negociação está sendo feita dentro da total transparência, e negou que a FPF trabalhe com caixa 2.
"O Campeonato Paulista está sendo vendido por 42 milhões de reais e o negócio vem sendo feito de forma transparente. Além disso, não recebemos nada por fora. A FPF não tem caixa 2", afirmou Farah, contando que foi criado um Comitê Executivo para decidir as questões importantes da entidade.
Farah lembrou que quando chegou a FPF, a entidade não tinha dinheiro sequer para pagar o décimo-terceiro salário dos funcionários. O dirigente disse que passou por vários problemas, como quando dois empresários de Dourados deram um golpe na entidade com cheques sem fundo. Após esse incidente, a FPF não trabalha mais com cheques e apenas com débito automático na conta. O dirigente negou que tenha qualquer tipo de problema com a Receita Federal, lembrando que já acertou sua situação com o fisco.
"Não tenho problemas com o fisco. O que aconteceu é que a Receita Federal descobriu alguns erros nas minhas declarações de renda passadas. Fui chamado, paguei 50 mil reais e acertei a situação", afirmou Farah. Perguntado se é um homem rico, o dirigente garantiu pertencer a classe média. "Sou um homem de classe média. Tive dez lojas, corretora e financeira, por isso tenho uma boa situação", afirmou Farah.
Uma suposta sociedade com o técnico da Seleção Brasileira, Emerson Leão, foi negada por Farah. O dirigente confirmou que sua mulher, Josefa Farah, é quem é sócia de Leão numa fazenda em Barra das Garças.