São Paulo - Enquanto a CPI do Senado se prepara com documentos, relatórios do Banco Central, do INSS e da Receita Federal, a da Nike, na Câmara, vai começar sua terceira semana de funcionamento com algumas esperanças de reabilitação.
No começo, o deputado Eurico Miranda mandou nas sessões da Comissão.
Conhecedor profundo dos negócios do futebol e do regimento da Câmara, ele deu um banho nos outros parlamentares e conseguiu impor seu estilo truculento para barrar a investigação de clubes e manter as investigações sob controle.
Agora, a CPI vai ganhar mais sete membros, passando de 18 para 25 parlamentares, o que vai fazer com que a influência da bancada de oito deputados ligados a clubes e federações seja reduzida.
Na semana passada, em que a CPI da Nike ficou em temperatura branda, sem depoimentos ou documentos novos, os parlamentares se prepararam. Durante toda a semana, assessores saíram à caça de informações até com jornalistas, tentando entender um pouco mais como mexer no hermético mundo do futebol.
Não eram raras as promessas de deputados quanto ao futuro da CPI. "Na semana que vem, o Eurico não vai ter tanta moleza", diziam vários assessores durante os últimos dias, prometendo uma atuação menos discreta.
Mesmo assim, deputados neutros consideram que o trabalho da CPI da Nike será bem mais complicado por causa das decisões tomadas na semana passada. Logo de cara, a marcação de datas para os depoimentos, sem que os parlamentares tenham em mãos documentos importantes para os questionamentos.
Até mesmo o contrato da Nike, objeto inicial das investigações ainda causa polêmica. Alguns dos adendos ainda não teriam sido enviados pela CBF. Outra parte do contrato foi entregue em inglês.