Rio - O presidente da recém-criada Associação dos Clubes de Futebol do Nordeste (ACFN), Luciano Bivar, afirmou que não pensa em entrar em conflito com a CBF. Ele garantiu que a entidade tem como principal objetivo dar um ponto final às competições deficitárias, sobretudo no que diz respeito a sete estados: Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
"O objetivo da Associação é defender os interesses dos clubes nordestinos, sem entrar em conflito com a CBF ou com qualquer outra entidade. Queremos também acabar com os Estaduais, que seriam substituídos por uma competição mais rentável, com clubes de sete estados", disse Bivar, que também é presidente do Sport e deputado federal (PSL-PE).
A primeira competição envolvendo exclusivamente clubes da região, mas que ainda não vai substituir os Estaduais, seria o Campeonato do Nordeste, em lugar da Copa do Nordeste, e teria a participação das 16 principais equipes, que são: Vitória, Bahia e Fluminense (BA), Sergipe e Confiança (SE), CRB e CSA (AL), Sport, Santa Cruz e Náutico (PE), Botafogo e Treze (PB), América e ABC (RN) e Ceará e Fortaleza (CE).
Segundo Bivar, o que motivou a criação da ACFN foi a Lei Pelé, que acabou com a principal fonte de renda dos clubes: a possibilidade de vender o passe de um jogador feito em casa. "Isto vai ser o fim dos clubes de futebol e do investimento nas divisões de base, pois as equipes ficarão praticamente sem nenhum lucro. A única saída é organizar competições rentáveis, buscando interesse de emissoras de televisão e dos torcedores. Queremos mudar a geografia do futebol brasileiro. Pelo menos, por enquanto, a ACFN não tem a intenção de realizar competições sem o aval da CBF", afirma.
No entanto, Bivar alerta para que a entidade máxima do futebol brasileiro crie alternativas para fugir de algumas determinações da Lei Pelé.
"A CBF precisa se sensibilizar e sentar com os clubes para organizar campeonatos rentáveis. Senão, a tendência é que a ACFN e a Liga Nacional se tornem autônomas. Estes sete estados representam um mercado de 60 milhões de torcedores e possuem um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 100 bilhões, que não podem ser desprezados", disse Bivar.