Brasília - No depoimento que irá prestar na quarta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito do Futebol, no Senado, o ministro da Previdência Social, Waldeck Ornellas, deverá mostrar mais um dado negativo que compromete os clubes brasileiros.
Segundo informações da Previdência, em uma pesquisa feita entre 32 times brasileiros, pelo menos 25% estavam se apropriando ilegalmente das contribuições descontadas dos jogadores ou empregados.
Na explanação, Ornellas deverá revelar quais são os clubes que estão praticando este tipo de irregularidade, além dos dirigentes que a Previdência Social já denunciou à Justiça, já que crime de apropriação indébita é inafiançável.
Segundo o Ministério, o não cumprimento de outras obrigações acessórias ou alterações simuladas de atos com repercussão econômica também são práticas comuns de clubes e federações estaduais de futebol. Além disso, outra irregularidade constatada pelo governo foi a inclusão, entre os empregados dos clubes, de pessoas alheias às agremiações, que são contratadas por concessionárias.
Uma distorção legal permite que grandes obras sejam realizadas por clubes de futebol sem qualquer contribuição à Previdência Social. Segundo o Ministério, basta que elas sejam realizadas pelo próprio clube ou mediante contratação de uma empresa especializada para apenas administrar a obra. Até agora, o Ministério da Previdência já constatou que 20 grandes clubes brasileiros estão em débito com o setor, mesmo tendo isenção em parte dos impostos.