Santos - A paciência da diretoria com o milionário time do Santos acabou. Isto ficou bem claro no episódio envolvendo Rincón, que, na segunda-feira, se recusou a viajar para Jarinu, onde a equipe iniciou uma semana de treinamento integral e concentração total para a partida contra o Coritiba, domingo.
Rincón não quis viajar alegando que sente dores no púbis e que não tinha necessidade de passar a semana treinando, pois está suspenso e não joga em Curitiba. As desculpas não convenceram o presidente Marcelo Teixeira, que ameaçou romper o contrato do jogador por justa causa. Onte, o volante apresentou-se ao técnico Carlos Alberto Parreira, foi examinado e iniciou tratamento.
A posição de Teixeira marca uma divisão entre diretoria e elenco. De um lado, o clube arca com uma folha de pagamento de aproximadamente R$ 3,5 milhões mensais e tem sido obrigado a vender jogadores e a recorrer a empréstimos para honrar os compromissos. Na outra ponta, o time não rende: já provocou a queda de dois treinadores este ano e amarga a 17ª colocação na Copa João Havelange.
"É uma posição injustificável", revelou Teixeira, referindo-se a Rincón. O dirigente já prepara uma mudança estratégica para o próximo ano e isso significa que o time custará muito menos. Os jogadores mais caros deverão deixar a Vila, incluindo-se aí Rincón, Dodô e Caio. Esse trabalho deveria ter sido realizado pelo técnico Giba, que tinha conseguido o aval da diretoria para fazer alterações com o objetivo de garantir a classificação.
Algumas estrelas poderiam ir para o banco, mas não houve tempo: a pressão da torcida e o movimento dos jogadores acabou derrubando o técnico antes da mudança.