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São Paulo tenta acabar com o “absolutismo”
Quarta-feira, 08 Novembro de 2000, 01h50

São Paulo - A oposição do São Paulo protocolou, no dia 31 de outubro, o pedido de criação de um Conselho de Orientação para analisar qualquer negócio feito pelo clube que ultrapasse a cifra de R$ 1 milhão. O projeto está no departamento jurídico e seria realizado por meio de uma reforma estatutária.

O objetivo principal é tirar do presidente o poder absoluto nas negociações. Com sua aprovação, o projeto também reduziria a influência de alguns empresários, que conduzem as negociações visando aos seus próprios interesses.

O modelo previsto é similar ao adotado pela Portuguesa e pelo Palmeiras. “No São Paulo, o presidente pode fazer negócios a qualquer momento, sem dar satisfações a ninguém”, disse Sebastião Duarte, idealizador da proposta.

Duarte observou que o conselho seria composto pelos seis últimos presidentes do São Paulo. Eles escolheriam outros oito conselheiros vitalícios, sócios do clube há pelo menos 25 anos. “Assim, dificilmente haveria negociações equivocadas.”

Duarte é membro da Legião Tricolor, uma das oito facções políticas no São Paulo. Seu grupo foi derrotado pela chapa do atual presidente Paulo Amaral. Ele rebate as afirmações de que seu projeto inviabilizaria várias negociações.

Para muitos conselheiros, diante do dinamismo que o futebol exige, a obrigação de submeter as ofertas feitas pelos jogadores ao conselho atrapalharia os acordos. Segundo Duarte, porém, há a prerrogativa de marcar reuniões até 24 horas após qualquer proposta, para dar um parecer.

Duarte entende que foram bons os últimos negócios realizados pelo São Paulo, como a venda do lateral-esquerdo Fábio Aurélio ao Valencia por US$ 7,3 milhões. “Mas seria melhor se houvesse apreciação de um órgão competente.”

Ele não se conforma, no entanto, com a saída de jogadores vindos das categorias de base, sem consulta prévia, como o meia Émerson, vendido recentemente a um clube japonês, por US$ 2 milhões. “Deve-se refletir muito antes de vender um jogador de futuro promissor, formado no próprio clube”, pondera.

Apesar das resistências, Durante diz que o projeto tem grandes chances de ser aprovado. “Também tenho o apoio de membros da situação.”

O Estado de S.Paulo


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