São Paulo - De um mesmo lado da quadra, o técnico, o principal atacante e o levantador vivem momentos distintos. Ricardo Navajas busca nesta quinta-feira o oitavo título paulista da carreira no comando do Fenabb/Zipnet/Suzano, enquanto Dante e Ricardinho, ambos da seleção brasileira, lutam pelo primeiro troféu do estadual.
O Suzano, que tem a vantagem de 1 a 0 no playoff melhor-de-três do Campeonato Paulista - venceu no sábado por 3 a 2 - pode liquidar a disputa nesta quinta-feira se derrotar o Banespa, às 20h30, com transmissão ao vivo da Sportv, em Suzano, e igualar-se à Pirelli/Santo André, que na década de 80 foi octacampeã. Em caso de empate, a decisão fica adiada para sábado no mesmo horário e local.
"Não vivo do passado, graças a Deus", desconversa Navajas. "O importante não são os títulos que conquistei, mas os que podem vir." Exatamente por conta desta filosofia, construída, segundo ele, pelas experiências pessoais, o treinador acredita que suas "ansiedades" são as mesmas de seus estreantes em final. "Vou para o jogo para disputar o principal título da minha carreira, o título de hoje, do agora."
E para não fugir da rotina consagrada ou por simples superstição - ele no entanto diz que não segue esses rituais - Navajas fez uma promessa. "Só falo se a gente ganhar." Na temporada passada, quando o Suzano derrotou o Banespa em final tumultuada, cheias de confusões por conta de uma liminar na justiça comum, adquirida pelo Banespa, todos os integrantes da equipe de Suzano foram agradecer o título indo à pé do ginásio Paulo Portela até Aparecida do Norte. O troféu ficou lá.
"Ter vencido o Banespa em outras oportunidades (esta é a quarta final entre as duas equipes, todas com vitória do Suzano) e até na fase de classificação não vale mais nada, até porque no Paulista é difícil ter outros finalistas", observa. "Vamos ter muitas dificuldades principalmente por conta da grande variação tática e do saque do adversário."
"Nunca estive tão perto deste título como agora", disse Ricardinho, que na temporada passada defendia a Unisul, de Florianópolis. Nos anos anteriores, defendeu times modestos e não chegou nas finais. Dante, que firmou-se em tão pouco tempo na seleção brasileira, é estreante na disputa do Paulista. "Nunca também me identifiquei tanto com um treinador como agora", declarou Ricardinho, um "ex-esquentadinho" que agora é evangálico. "Somos práticos, buscamos passo a passo nossas metas e não desistimos com facilidade."
SUPERAÇÃO - Para o Banespa, tricampeão paulista mas que não sobe ao pódio desde 1991, resta superar-se. "A vontade do ser humano não tem limite e assim o homem é capaz de superar obstáculos", afirma a psicóloga da equipe, Anahy Vieira Couto. Segundo ela, se o grupo não acreditar que pode vencer, fica difícil ganhar de qualquer um. "Não podemos também errar tanto quanto no último jogo", opina o técnico do Banespa Mauro Grasso.