Brasília - Depois de quase três horas de depoimento à CPI do Futebol na Câmara, o presidente de honra da Fifa, João Havelange, reagiu indignado às questões levantadas pelo deputado Pedro Celso (PT-DF). Recorrendo a reportagens publicadas em jornais e revistas da época, o deputado sugeriu a existência de ligações de Havelange a uma empresa que supostamente venderia armas para o governo militar argentino, na década de 70. Celso pediu ainda explicações sobre um suposto rombo de US$ 13,4 milhões que Havelange teria deixado nos cofres da extinta CBD - a entidade que comandava o futebol brasileiro naquele período.
"Eu não vim aqui para ser maltratado desta maneira. Esse tipo de questionamento é uma indignação, uma desfaçatez e um desrespeito", disse o dirigente, muito nervoso. Deputados contrários à CPI reagiram com ironia às perguntas do petista e disseram que, da forma como as questões estão sendo colocadas, dentro de mais alguns instantes, Havelange deveria explicar porque o Brasil perdeu a Copa de 38. A exemplo de 98, quando a seleção brasileira foi derrotada na final, o Mundial de 38 também foi disputado na França.