São Paulo - As opiniões se opõem entre ex-jogadores do Corinthians para explicar a mais séria crise técnica da história do clube. Enquanto para o atacante Neto, do elenco campeão brasileiro de 1990, o técnico Candinho tem responsabilidade direta nas últimas sete derrotas, para Wladimir lateral-esquerdo da época da Democracia Corintiana, o que falta no grupo é união.
"O Vadão perdeu duas seguidas e o mandaram embora. O que não mereceria então o Candinho, que ganha R$ 140 mil por mês e nem sequer conseguiu influenciar psicologicamente os jogadores?", questiona Neto.
Assim como o treinador, o diretor de futebol do clube, Carlos Nujud, também deve ser responsabilizado pelas dez derrotas consecutivas. "Ele contratou só jogadores errados, como o Müller, Assis e Avalos. É um dos que mais tem culpa", critica Neto.
Alguns atletas deveriam chamar mais para si a liderança dentro de campo, sugere Wladimir. "No nosso tempo (início dos anos 80), nós chegamos para um jogador do grupo (não citou o nome) e o avisamos de que ele não permaneceria conosco depois do fim do campeonato." Na sua visão, falta diálogo aos profissionais do Corinthians.
Esse é também o diagnóstico do ex-goleiro Ronaldo, que, ao contrário de Neto, apóia o trabalho do técnico. "Candinho e o Marcelinho deveriam assumir a liderança do elenco e estabelecer conversas francas, onde cada um pudesse expor suas idéias."
A vaidade, no entanto, impossibilita a união, segundo o volante Biro-Biro. "Dá para ver que o grupo está separado, falta humildade, um quer ser mais vaidoso que o outro e há ainda os que desejam deixar o clube." Esses elementos combinados explicam a difícil situação. Ele também sugere que as "estrelas" assumam a liderança do time para tentar uma reviravolta. "Os que não atenderem às expectativas, devem ser substituídos."