São Paulo - A decisão de aceitar o convite para trocar a seleção brasileira feminina de vôlei pela masculina foi aplaudida por vários ex-treinadores da equipe, começando por Radamés Lattari, que deixou o cargo após o sexto lugar obtido na Olimpíada de Sydney.
"Dei o maior apoio para ele aceitar o convite da Confederação Brasileira", diz o ex-treinador, que é amigo do escolhido. "O Bernardinho é uma pessoa idônea, íntegra, cheia de conhecimentos técnicos e o novo desafio será excelente para a sua carreira e também para o futuro do vôlei brasileiro."
Para José Roberto Guimarães, técnico campeão olímpico em Barcelona 92 que agora é vice-presidente da Pan-American Sports, empresa ligada à Hicks Muse, parceira do Corinthians e do Cruzeiro, a decisão foi superacertada. "Saí da seleção brasileira masculina em 1996 e sugeri justamente o nome do Bernardinho para meu substituto", lembra Zé Roberto. "O tempo em que trabalhou com as meninas serviu como grande aprendizado, porque é muito mais difícil orientar equipes femininas. Ele tem tudo para dar certo."
Zé Roberto acha que William de Carvalho - jogador da mesma geração (e seleção) de Bernardinho e agora técnico campeão paulista pelo MRV - deveria ser escolhido para ocupar a vaga aberta na Seleção Feminina. "O William cresceu muito como técnico e os títulos conquistados por ele mostram isso", comenta Zé Roberto, para quem "o Brasil - felizmente - tem bons treinadores no mercado".
Para José Carlos Brunoro - que também já dirigiu a seleção brasileira masculina de vôlei -, ninguém pode contestar a indicação do ex-levantador Bernardinho, medalha de prata no Mundial da Argentina/82 e na Olimpíada de Los Angeles/84. "Ele tem experiência internacional como técnico da equipe, experiência como ex-atleta e liderança para fazer um grande trabalho", observa Brunoro. "É a pessoa certa para o cargo."
Outro ex-técnico da seleção que aplaude a decisão é Bebeto de Freitas, atualmente trabalhando com marketing esportivo. Para ele, Bernardinho é o nome mais correto para ocupar o cargo agora. "Sou suspeito para falar dele, porque me considero o responsável pelo início de sua carreira como treinador. Ele provou ser competente e vitorioso no período em que ficou à frente da seleção feminina."