Porto Alegre - O temperamento explosivo virou o maior inimigo do lateral Anderson. Contratado no começo deste ano para ser a solução dos problemas da camisa 2 do Grêmio, entregue no ano passado aos inconfiáveis Zé Carlos e Walmir e algumas vezes a Itaqui, o jogador paga agora um preço alto pela espantosa freqüência com que recebe cartões vermelhos e amarelos.
Mesmo com a ficha limpa, depois de cumprir suspensão por duas partidas, Anderson está perdendo a posição para Patrício, trazido do modesto Kinderman, de Caçador (SC).
O técnico Celso Roth ainda não anunciou o time que enfrenta o Vasco esta noite, no estádio Olímpico. Anderson, porém, já sabe que, no máximo, estará sentado entre os reservas. “É um banho de água fria”, disse o jogador, quarta-feira, após o treino. “Na hora do filé mignon estou fora.”
Até hoje, o lateral direito não entende sua mais recente expulsão, ocorrida dia 28 de outubro, quando o Grêmio aplicou 4 a 1 no Gama, no Olímpico. Anderson chegou a dizer que o árbitro paulista Cléber Abade havia sido mal-intencionado. Cinco jogos antes, no Gre-Nal, ele também recebera cartão vermelho. Nas rodadas anteriores, havia acumulado cinco cartões amarelos, o que lhe valera a primeira suspensão na Copa João Havelange.
Patrício usou bem as chances recebidas nas partidas contra o Goiás e o Atlético-PR e agora será mantido no time titular. “Quem sabe aproveitar as oportunidades, acaba ficando”, disse Celso Roth.
O técnico compara a situação de Anderson com a do volante argentino Astrada. Expulso no dia 12 de agosto, contra o Santos, “El Jefe” nunca mais roubou a posição de Polga. A diferença é que, enquanto o ex-capitão do River Plate tem seu nome gritado pela torcida, cada vez que esta se indispõe com Polga e Gavião, Anderson é visto com desconfiança. Primeiro, por não ainda não ter sido o lateral que a torcida imaginava. E, claro, por seu temperamento.