Brasília - A CPI da Nike decide nesta sexta-feira se estende a Itália e Bélgica as investigações que serão feitas por dois de seus parlamentares para investigar a emissão de passaportes falsos utilizados por jogadores brasileiros. A apuração se restringiria inicialmente a Portugal, de onde saíram esses passaportes. Mas o presidente da comissão, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), achou oportuno verificar em que ponto estão as diligências em países onde a fraude foi constatada.
É o caso do brasileiro Jedá, contratado como atacante do Vicenza da Itália como sendo cidadão português. A CPI convocou para depor Jedá e mais oito jogadores envolvidos em denúncias de falsificação de passaportes. São eles: Edu (Corinthias), Warley (Grêmio), Alberto (Udinese), Jorginho (ex-Udinese), Dedé (Vicenza e Dida (Milan).
Aldo Rebelo informou que os deputados Pedro Celso (PT-DF) e Jurandil Juarez (PMDB-AP), designados para a apuração, embarcarão para Lisboa na terça-feira. Rebelo deve divulgar nesta sexta-feira o roteiro de trabalho que eles seguirão na Europa. Os acertos finais foram feitos nesta quinta-feira à noite com assesores do Itamaraty.
É certo que os diplomatas da representação brasileira em Portugal - e nos outros países, se forem confirmados - se encarregarão de dar todo tipo de assistência aos parlamentares, principalmente no contato com as autoridades que estão investigando as denúncias.
Os diplomatas também vão se encarregar de providenciar o encontro dos deputados com os dois brasileiros que estão presos em Lisboa, acusados de participar da quadrilha que falsificaria os passaportes.
Para o presidente da CPI da Nike, a preocupação do Itamaraty diante dessa denúncia tem um motivo extra: é o de impedir que a imagem do Brasil no exterior continue sendo prejudicada pela divulgação de informações sobre fraudes. "É o problema com a imagem do Brasil lá fora", resumiu. Rebelo disse que a CPI também vai fazer a sua parte para aprofundar essas investigações.
Segundo ele, a idéia é a de promover um "mesão" com todos os implicados no assunto. "Vamos pegar o círculo completo", informou. Isso implicaria em ouvir num mesmo depoimento jogadores, empresários e dirigentes de clubes suspeitos de participarem da fraude.
Ronaldo - Ao contrário do que estava previsto, o jogador Edmundo vai depor sozinho na CPI, na próxima quinta-feira, e não mais com Ronaldo e Roberto Carlos, seus colegas da seleção brasileira de 1998. Ronaldo alegou que a sua vinda ao Brasil o obrigaria a suspender o tratamento médico a que se submete na França. Já Roberto Carlos explicou que teria de pagar multa a seu clube para se ausentar da Espanha. Aldo Rebelo disse que achou melhor convidá-los para depor numa outra ocasião.