Rio - Decepcionado com a derrota por 2 a 1 do Botafogo para o Santa Cruz, que diminuiu as chances do time de passar para as oitavas-de-final da Copa João Havelange, o meia Alexandre Gaúcho se mostrou desconfiado em relação à disposição demonstrada pelos pernambucanos e à escalação do árbitro Leonardo Gaciba.
“Senti uma motivação extra, sim. Os jogadores do Santa Cruz estavam motivados, correndo e batendo muito”, afirmou o jogador, sem citar suposta tentativa de incentivo financeiro.
“Além disso, tivemos de enfrentar o adversário e o árbitro. Não dá para entender como escalam um gaúcho para a partida do Botafogo quando ele é concorrente direto de dois times do Rio Grande do Sul, o Grêmio e o Internacional”.
Alexandre Gaúcho negou que os jogadores do Botafogo menosprezaram a equipe do Santa Cruz, embora ele mesmo tenha afirmado, antes da partida, que queria ver o tenor Luciano Pavarotti narrando os gols da equipe alvinegra: “As pessoas vão dizer que não demos bola para o Santa Cruz, mas não foi nada disso. Nós respeitamos o adversário. O problema é que há dias em que nada dá certo, o atacante não chega na bola por pouco e o árbitro deixa de
marcar um pênalti a nosso favor. Mas não adianta colocar a culpa no juiz. Temos que assumir nossos erros”.
Para chegar às oitavas-de-final, o Botafogo terá agora que vencer o Santos na Vila Belmiro e torcer por um tropeço - empate ou derrota - do Grêmio na partida contra o Santa Cruz, no Arruda. As duas partidas serão realizadas no domingo, às 16h.
Em relação à representação fiscal lavrada pela Previdência Social pelo fato de o Botafogo não ter repassado a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o presidente Mauro Ney Palmeiro disse que o clube já pediu parcelamento da dívida e está pagando o que deve:
“O Botafogo recorreu à justiça com uma ação consignatória quanto às duas últimas parcelas por discordar dos valores. Eles estão depositados em juízo, mas o Botafogo quer que o INSS os reavalie. O dirigente reclamou de uma cobrança feita em cima dos esportes amadores, o que já foi feito antes com o Flamengo:
“Atletas amadores são amadores, portanto o clube dá uma ajuda de custo referente a alimentação e transporte dos atletas. O INSS já está mordendo nos profissionais e quer morder nos amadores também, querendo ganhar uma porcentagem em cima deles. O Governo quer que os clubes organizem equipes para conseguir medalhas em Olimpíadas, mas desestimula o investimento no esporte amador com esse tipo de atitude”.