Rio - Autor do gol da vitória de 1 a 0 sobre o Grêmio, que garantiu a classificação para as oitavas-de-final da Copa João Havelange, o cabeça-de-área Jorginho espera receber o apoio dos torcedores a partir de agora. Ele lamentou que ainda seja visto como um flamenguista em São Januário e pediu para a torcida incentivar mais a equipe.
"É chato ouvir de vez em quando "vai embora, rubro-negro". Eu joguei no Flamengo, assim como já joguei na Alemanha e no São Paulo. Mesmo quando estava na Gávea, nunca escondia de ninguém que eu torcia pelo Vasco, o meu time de infância. Se a torcida vascaína soubesse a força que tem, gritaria o tempo todo. Ela se concentra apenas na partida: se o time está bem, incentiva; se está mal, vaia."
Jorginho citou como exemplo a torcida argentina, que o deixou impressionado no jogo com o Rosario Central, pela Copa Mercosul. Segundo ele, os torcedores pularam e gritaram o tempo todo, o que acabou contribuindo para o gol aos 47 minutos do segundo tempo, que deu a vitória de 1 a 0 ao Rosario.
O meia admitiu que sente os vascaínos com um pé atrás em relação ao time, principalmente por causa da derrota de 4 a 0 para o Flamengo. "Talvez o vascaíno leve mais em consideração a derrota para o Flamengo do que o título do campeonato. Eu prefiro estar estar na situação do Vasco a do Flamengo, que foi eliminado. Mas entendo esse comportamento, pois o torcedor não gosta de perder para o rival e ser encarnado pelo amigo."
O gol de quinta-feira teve um gosto especial para Jorginho, que marcou pela primeira vez com a camisa do Vasco e pôde finalmente homenagear a mulher grávida.
"Foi em um momento privilegiado e o curioso é que no ano passado eu vivi a mesma situação, pois meu primeiro gol pelo São Paulo deu a classificação ao time no jogo contra o Vitória", lembrou.
Desde a partida contra o Coritiba, no início do mês, Jorginho vem sendo escalado como cabeça-de-área, mesma posição em que atuava no São Paulo. Até então, com os técnicos Antônio Lopes, Abel Braga e mesmo com Oswaldo de Oliveira, ele foi aproveitado como lateral e ala, pela direita e pela esquerda.
"Sempre me coloquei à disposição para jogar como lateral, mas o Oswaldo preferiu me escalar no meio-campo. Fico satisfeito com essa opção, até porque não tem sentido me escalar na lateral com tantas opções. Temos Clébson e Maricá pela direita, e Jorginho Paulista, André Silva e Felipe pela esquerda. Só não quero jogar como ala", afirmou.