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Investimento não é sinal de sucesso na JH
Domingo, 19 Novembro de 2000, 01h05

São Paulo - Diz o ditado popular que dinheiro não compra felicidade. No futebol, nem sempre traz bons resultados. A tabela da Copa João Havelange - que terá, neste domingo, a definição dos últimos três classificados para a próxima fase da competição - é prova de que um time de investimentos modestos nem sempre está fadado ao fracasso. E vice-versa.

Na relação custo-benefício, o Atlético-PR já ganhou a taça de campeão. Segundo o diretor de Futebol, Miguel Haidar, o time tem uma folha de pagamento de R$ 400 mil - a menor da Copa João Havelange - e investiu apenas R$ 40 mil para contratar o zagueiro Lobatón. Os outros reforços da equipe, Bentinho e Válber, são donos de seus passes e nada foi gasto com transferências. A equipe de Antônio Lopes está classificada para a próxima fase.

Entre os paulistas, o grande exemplo de gastos bem direcionados é a Ponte Preta, primeira equipe do Estado a conseguir uma vaga para as oitavas-de-final. O time de Campinas investiu modestamente: gastou R$ 2 milhões para trazer o meia Piá e o atacante Washington e aproveitou as pratas da casa, somando salários de R$ 550 mil. O rival Guarani gastou os mesmos R$ 2 milhões para trazer o volante Capitão, o meia Mabília e os atacantes Marcos Vinícius e Jacques. A folha de pagamento do time de Carlos Alberto Silva é um pouco maior, R$ 600 mil.

Existem também os casos de grandes investimentos e grandes resultados, como o do Cruzeiro. Com o apoio da Hicks, Muse, Tate & Furst (HMTF), parceira do clube, o time mineiro gastou R$ 29,21 milhões para trazer os laterais Sorín e Rodrigo, o meia Viveros, o atacante Oséas e o zagueiro Cléber. A equipe também não economiza nos salários, que batem nos R$ 3 milhões. Comandado por Luiz Felipe Scolari, o Cruzeiro é o líder da Copa João Havelange.

O desastre da temporada, porém, foi o Flamengo. O time gastou R$ 32 milhões, mais do que o Santos, segundo colocado em investimentos. Trouxe Gamarra, Denílson, Alex e Edílson e arca com a mais onerosa folha de pagamento da Copa João Havelange: R$ 3,9 milhões. Todo esse esforço - e mais a contratação do técnico Zagallo - não foi suficiente para evitar a eliminação antes da última rodada.

Outros grandes clubes também não escaparam do vexame, como o Corinthians e o Santos. O primeiro empregou R$ 12,56 milhões em contratações e gasta R$ 3,5 mil com salários. O time da Vila Belmiro gastou R$ 30 milhões para trazer reforços, como Edmundo, e paga R$ 1,95 milhão em salários. Tiveram o mesmo destino: estão fora dos confrontos finais da Copa João Havelange.

O Estado de S.Paulo


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