Santos - Na despedida do elenco antes das férias, o Santos viveu mais uma crise de relacionamento entre seus jogadores. Nesta terça-feira, o atacante Edmundo e o volante Claudiomiro tiveram de se encontrar no vestiário do CT Rei Pelé, após o bate-boca que protagonizaram pelos microfones das emissoras de rádio depois do jogo com o Botafogo, domingo, na Vila Belmiro.
Edmundo disse que ele e Rincón não podiam ser cobrados por tudo o que acontecia, já que o time precisava de um zagueiro experiente, um meio-campista e pelo menos um lateral que soubesse fazer cruzamentos.
Claudiomiro não gostou e respondeu: "e precisa também de um atacante experiente, que tenha mais vontade de jogar". Nesta terça-feira o volante comentou o episódio e lamentou que Edmundo tenha feito o comentário na hora errada.
"Estávamos todos de cabeça quente por causa da desclassificação e não era hora de ele falar aquilo, apontando culpados pelo insucesso". Para Claudiomiro, "primeiro é preciso se olhar no espelho e refletir sobre aquilo que vem fazendo".
No reencontro dos dois nesta terça-feira no vestiário, Claudiomiro contou que "não aconteceu nada, simplesmente cada um saiu para um lado". E saiu na defesa dos jogadores mais jovens, atingido por Edmundo.
"Eles não têm nem a força de falar, porque estão começando, e a molecada tem que ouvir e ficar quieta, só que não é assim". Para o volante, "apesar de serem moleques, têm que respeitar, pois são profissionais e seres humanos e não podem de jeito nenhum serem desrespeitados como o que foi falado".
Edmundo e Rincón deixaram rapidamente o CT, evitando dar entrevista aos jornalistas. Os jogadores retornam dia 12 de dezembro, fazem testes, exames e treinamentos físicos até o dia 22, e depois entram em folga. Voltam a se apresentar dia 3 de janeiro, seguindo para a pré-temporada em Jarinu.
A maior preocupação de Marcelo Teixeira, presidente do clube, é a definição do técnico. O dirigente mostra interesse em contar com Carlos Alberto Parreira para a próxima temporada. Não descarta a possibilidade de dar o cargo de supervisor ao treinador tetracampeão do mundo. "Ele é muito experiente e pode contribuir bastante na parte de organização e montagem do time", disse o presidente.
Parreira dá sinais de que pode aceitar o cargo de supervisor. "Certamente, não vou passar mais dez anos como técnico", disse. Essa definição é o principal passo para o início do trabalho visando já o Paulista do ano que vem. Uma decisão da diretoria é a contratação de um gerente de futebol e nomes começam a ser comentados, como o de Marco Aurélio Cunha, Brunoro e de Formiga, ex-jogador e ex-técnico santista. Também o elenco começa a ser estudado e Marcelo Teixeira informou que pretende manter a base da equipe, com algumas alterações.
Uma delas é a devolução do volante Anderson ao Inter de Porto Alegre, fazendo o centroavante Rodrigão retornar à Vila Belmiro. Outros jogadores serão dispensados, mas há um cuidado especial ao tratar desse assunto por conta das pesadas multas previstas em caso de rescisão contratual. Teixeira deverá chamar Rincón e Edmundo para uma conversa e, no caso do colombiano, poderá ser tentado um acordo caso ele queira deixar a Vila Belmiro.
Só em relação a ele, a multa prevista no contrato é de R$ 5,8 milhões. Valdo não deverá permanecer e alguns jogadores, como os atacantes Dodô e Caio podem ser negociados. Cogita-se também na volta do centroavante Viola e parte da diretoria que era contra essa contratação entregou o cargo, ficando a decisão para o presidente tomar.