São Paulo - O presidente Paulo Amaral afirmou, nesta quarta-feira, que o São Paulo apertará o cinto "ao máximo" para poder sobreviver na temporada 2001. O dirigente disse que só assim o clube conseguirá manter alguns jogadores no Morumbi. "O futebol não
é mais um mar de rosas", justificou.
O cartola admitiu que chegou a estudar a possibilidade de estabelecer um
teto salarial para os atletas, como acontece no Palmeiras (ninguém ganha
mais de R$ 30 mil por mês), mas desistiu da idéia porque a lei não permite
mexer nos salários e direitos de imagem que estão na carteira de um
profissional.
Paulo Amaral revelou que, se não tivesse negociado Edmílson, Edu, Marcelinho
Paraíba, Fábio Aurélio e Álvaro para o futebol europeu, o São Paulo estaria
hoje num buraco negro. As dívidas ultrapassariam a barreira dos R$ 50
milhões.
"Nossas contas agora estão equilibradas. Não devemos nada para ninguém.
Deixamos de pagar R$ 350 mil por mês só de juros. Até o Raí já recebeu tudo.
O acordo que havíamos feito com ele previa a última parcela apenas para
maio", garantiu o dirigente.
Para poder pagar algumas contas, o São Paulo foi obrigado a acabar com a
equipe de futebol feminino e com o time de vôlei masculino, além de reduzir
drasticamente o cacife para o futsal. "Só nesses esportes, economizamos
perto de R$ 500 mil mensais", disse o presidente.
Como a ordem do cartola é para economizar até no cafezinho, três jogadores
dificilmente permanecerão no clube depois da Copa João Havelange: o
centroavante Marcelo Ramos, o lateral-direito Pimentel e o meia Beto, que
foram contratados por empréstimo. Para ficar com eles, o clube terá de
desembolsar US$ 8,5 milhões. Só o passe do atacante foi fixado pelo Cruzeiro
em US$ 4 milhões.