São Paulo - A base do São Paulo para 2001 será a mesma deste ano, porque a diretoria não fará grandes investimentos nem terá um parceiro. Para isso, o presidente Paulo Amaral tentará, de todas as maneiras, manter no elenco os jogadores que têm o passe emprestado ao clube, principalmente Marcelo Ramos, cujo contrato termina em 31 de dezembro.
O passe do atacante, que pertence ao Cruzeiro, está fixado em US$ 4 milhões, valor considerado elevado pela diretoria do Tricolor. Mesmo assim, o clube quer encontrar uma solução para poder ficar com o atleta. "Tentaremos prorrogar o empréstimo ou fazer algum acordo para comprar o passe do Marcelo", afirmou Paulo Amaral. "Ele está nos agradando muito; basta falar que marcou, até agora, dez gols na Copa João Havelange."
Marcelo Ramos também não esconde que pretende permanecer no próximo ano. "Eu me adaptei bem ao clube", resumiu. O técnico Levir Culpi considera que o atacante é uma peça fundamental em seu esquema. "É um jogador que todo técnico gostaria de ter, porque sabe armar e finalizar." Até o momento, no entanto, não houve contato entre dirigentes do São Paulo e do Cruzeiro. O jogador também não foi procurado por ninguém para discutir um novo contrato.
Outros titulares que têm o passe emprestado ao São Paulo são o zagueiro paraguaio Celso Ayala, o meia Beto e o lateral-direito Pimentel. Ayala ainda não representa um problema, porque seu contrato vai até a metade do próximo ano. Beto, porém, tem compromisso apenas até dezembro. Suas atuações não “arrancaram suspiros” dos dirigentes e de Levir Culpi, mas, por falta de opções, a idéia é mantê-lo na equipe. O empréstimo de seu passe, que pertence ao Flamengo, custou só US$ 100 mil e deve ser renovado pelo mesmo valor.
Pimentel também deve permanecer no São Paulo para continuar como reserva de Belletti. Ele não teve grandes atuações, mas também não comprometeu quando substituiu o titular. "Contra o Vasco, por exemplo, ele foi bem", analisou o presidente. Sua intenção é renovar o empréstimo do passe do jogador até a metade de 2001. Pimentel não recebe um grande salário e, por isso, não representa uma ameaça à política de contenção de gastos da diretoria.
Mesmo que o São Paulo chegue à final da Copa João Havelange e garanta a vaga na Libertadores do ano que vem, os dirigentes não farão investimentos. Se houver possibilidade, podem até negociar o passe de alguns jogadores, como o de França, para aumentar o caixa. "Infelizmente, a realidade do futebol mudou, os clubes estão com problemas para pagar as contas e, por isso, é preciso conter os gastos", ressaltou Amaral. Neste ano, o clube conseguiu sanar suas contas, porque acumulou cerca de R$ 60 milhões com venda de passes, mas já existe uma preocupação para 2001.