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Atlético-MG apela para proteção policial
Sexta-feira, 24 Novembro de 2000, 00h41

Belo Horizonte - Só faltou o torcedor. Na chegada da delegação do Atlético ontem a Belo Horizonte, um microônibus da Polícia Militar com 30 homens aguardava o desembarque dos jogadores para protegê-los de possíveis manifestações da torcida. Mas apenas uma meia dúzia de “gatos pingados" assistiram à chegada de Guilherme e companhia, muito mais motivados pela presença de inúmeros órgãos de imprensa do que pela própria vontade de manifestar a raiva pela derrota de 4 a 1 para o Palmeiras na noite anterior, pela Copa Mercosul.

Só que os poucos torcedores que acompanharam o desembarque dos jogadores, feito pelo portão lateral do aeroporto, fizeram muito barulho. Xingaram determinados jogadores - Guilherme e Lincoln foram os alvos preferidos -, pediram raça e ironizaram o grupo.

O estudante Alberto Dalva, de 24 anos, por exemplo, chegou a exibir uma nota de R$ 10 para o atacante Guilherme. “Juntei esse dinheiro lá no meu serviço, que é para te ajudar a pagar suas 'cachaçadas'. Se não quer honrar a camisa que está usando, vá embora", gritava o estudante, criticando o comportamento do jogador extra-campo, que estaria saindo à noite e sendo visto em boates e bares da cidade.

De acordo com o capitão Fábio Lima, do Batalhão de Polícia de Eventos, do bairro Gameleira, o contingente foi deslocado até o aeroporto atendendo pedido da diretoria do Atlético, temerosa de que torcedores pudessem manifestar sua ira com o resultado da noite anterior. Os policiais, inclusive, tentaram entrar com o ônibus que serviria à delegação dentro do pátio do aeroporto, mas não puderam devido à obras que estão sendo realizadas no local. O ônibus foi escoltado pelo microônibus, além de um camburão e outra viatura até o hotel onde a delegação fica concentrada.

A preocupação da diretoria foi motivada depois que cinco torcedores foram detidos durante a madrugada depois de apedrejarem a sede social do clube, no bairro de Lourdes. Fabiano Couto da Silva, 20 anos, Vinícius Melo, 22 anos, Helbert Fonseca, 25 anos, Robson Souza e Elton Alves, ambos de 33 anos, acabaram sendo liberados. Mas a diretoria do Atlético pretende entrar com queixa crime contra os torcedores, que poderão responder processo.

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