São Paulo - Em meio a uma fase turbulenta da arbitragem brasileira, a Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) optou por um juiz de pouca experiência para atuar no clássico paulista deste sábado, entre Palmeiras e São Paulo, no Pacaembu. Trata-se de Cléber Wellington Abade, de São Paulo.
Neste ano, Abade trabalhou no Campeonato Paulista, apitando apenas seis jogos da divisão principal. Na Copa João Havelange, consta na CBF que ele atuou em 12 partidas, a maioria sem a participação de clubes grandes.
Muitos jogadores argumentam que é um risco colocar um árbitro inexperiente em uma partida decisiva. Por outro lado, ele pode ter uma boa atuação e contribuir para a tão necessária renovação do quadro de arbitragem brasileira.
O nível baixo tem marcado a atuação dos juízes na temporada. Principalmente no que diz respeito à parte disciplinar. Edílson Pereira de Carvalho, por exemplo, teve uma conduta muito ruim no jogo entre Portuguesa e Palmeiras, deixando de punir os jogadores em vários lances que eles abusaram da violência.
Romildo Correa também causou péssima impressão no clássico entre Corinthians e São Paulo. Anulou um gol legítimo de Dinei. Também expulsou Sandro Hiroshi, alegando que o jogador simulou um pênalti. No lance, porém, o atacante caiu em conseqüência de um choque normal de jogo.
O próprio Palmeiras, uma das equipes de maior destaque na competição, poderia ter enfrentado muito mais dificuldade para se classificar se os juízes fossem mais rigorosos. Mesmo sendo uma das equipes que mais recebeu cartões na temporada, o Palmeiras não deixou de lado o recurso das jogadas mais ríspidas. Juízes mais austeros teriam representado um grande risco para o Alviverde, que poderia ter perdido atletas por expulsão em vários jogos.
Desta forma, os jogadores palmeirenses optaram por não entrar em polêmicas com a arbitragem. "O trabalho dos árbitros tem sido normal e espero que continue assim", disse o volante Galeano.