São Paulo - O “barato” time do Palmeiras busca a consagração nesta terça-feira. Até mesmo uma derrota por dois gols de diferença contra o Atlético-MG, às 22 horas, no Mineirão, põe a equipe na final da Copa Mercosul, a segunda do semestre e do período pós-desmanche.
Em julho, mesmo sem grandes estrelas, o Alviverde conquistou a Copa dos Campeões, desbancando os favoritos São Paulo, Flamengo e Cruzeiro.
O Palmeiras investiu uma quantia irrisória para as competições deste semestre (cerca de R$ 4 milhões) se comparada ao que gastava a Parmalat - que deixa o Palmeiras no fim de dezembro - na época em que despejava dinheiro no futebol. Em 1998, por exemplo, a empresa utilizou cerca de R$ 45 milhões na contratação de algumas estrelas, como Paulo Nunes, Oséas e Arce. Mesmo com a falta de craques no elenco, o aproveitamento do time atual é semelhante ao do passado.
Em 1998, o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil e a Mercosul e, no ano passado, foi campeão da Libertadores. Nesta temporada, não fica atrás. Ganhou o Rio-São Paulo em fevereiro e, depois de um verdadeiro desmanche, com a saída de Alex, Júnior e César Sampaio, entre outros, conquistou a Copa dos Campeões. Nesta terça-feira, pode chegar a mais uma final.
A missão desta noite não é das mais complicadas para um time que está há dez partidas sem perder. Com a vitória por 4 a 1 sobre o Atlético, na semana passada, o Palmeiras se classifica mesmo que perca por dois gols de diferença. Caso a vitória dos mineiros seja por três gols, a decisão será nas cobranças de pênalti. O vencedor do confronto enfrentará o ganhador de Vasco e River Plate. Os cariocas venceram a primeira partida por 4 a 1, em Buenos Aires.
As estatísticas favorecem os palmeirenses. Desde que foi criada a Mercosul, em 98, a maior derrota do Palmeiras na competição foi para o Cruzeiro, no ano passado, por 3 a 0. Contra o Atlético, a equipe perdeu apenas um dos últimos dez jogos: em 99, por 2 a 0, em Belo Horizonte.
Para que não haja nenhuma surpresa, no entanto, o técnico Marco Aurélio vai utilizar, mais uma vez, seu tradicional esquema de jogo, com forte marcação e pelo menos três volantes em campo. "A tendência é que nosso time faça uma marcação muito forte, porque, se relaxarmos, podemos perder a classificação", comentou o treinador.
Marco Aurélio garantiu também que não vai poupar nenhum atleta, mesmo sabendo que a equipe tem outra partida decisiva na quinta-feira, contra o São Paulo, pela Copa João Havelange.
Tuta, que estava suspenso e não atuou contra o São Paulo no sábado, retorna ao time e fortalece o ataque, principalmente, nas jogadas aéreas. "O Tuta é um ponto de referência dentro da área e cabeceia muito bem. Por isso, as chances de gol em jogadas pelo alto são maiores", analisou o lateral-direito Arce, que, mais uma vez, é a principal arma da equipe de Marco Aurélio.
Pijama trainning - Para suportar o início de mais uma maratona de jogos, a comissão técnica palmeirense decidiu dar menos treinos e mais descanso aos jogadores. Nesta segunda-feira e no domingo, o elenco trabalhou pouco e, amanhã, passará o dia na concentração. "O pijama trainning (treino de pijama) é a melhor solução, porque não há como fazer treinos fortes numa época de tantos jogos", afirmou Arce.