Brasília - O relator da CPI da CBF/NIKE deputado Silvio Torres (PSDB-SP) revelou um relatório de investigações que vinham sido feitas pelo Banco Central apontando que a CBF tomou emprestado nos últimos 2 anos mais de US$ 15 milhões ao Delta Bank, em Nova Iorque.
Segundo documento, no dia 20 de outubro de 98, a CBF tomou emprestado US$ 7 milhões pelo prazo de 77 dias pagando uma taxa de juros antecipada de 43,576% ao ano. Por este empréstimo a CBF pagou R$ 300 mil de IOF e Imposto de Renda. Menos de 1 ano depois (21 de setembro de 99) foi feito um novo empréstimo no valor de US$ 3.708,281.83 no prazo de 360 dias à taxa de 21% ao ano.
Este segundo empréstimo custou R$ 739.596,21 de juros e R$ 246.606,95 de IOF e Imposto de Renda. Finalmente em 7 de setembro deste ano a CBF recorreu ao Delta Bank tomando um novo empréstimo no valor de US$ 4,5 milhões com juros antecipados de 14,5% ao ano.
Os três empréstimos tomados pela CBF foram feitos em nome da confederação assinados pelos procuradores Marco Antônio Teixeira e José Carlos Salim e avalizados pela pessoa física do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. De acordo com o parecer do Banco Central 'há indícios fortes' de evasão de divisas.
“Não é usual a antecipação de pagamento de juros", diz o parecer como ocorreu no 1º e no 3º empréstimo. “Se o Banco Central tivesse analisado os empréstimos não seria dada a recomendação para a tomada de dinheiro no exterior."
“O curioso, alerta Silvio Torres, é que o SIRCE - Departamento de Captação e Regulamentação Estrangeira, dentro do Banco Central não tomou conhecimento do empréstimo." O relator acredita que a CPI deve pedir a reabertura do processo, no Banco Central e encaminhar o relatório dessas transações ao Ministério Público.
Silvio Torres lembrou que o departamento jurídico do BC não detectou irregularidades na negociação alegando que não houve sonegação de impostos.