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Campeão na China, Muricy fica surpreso com denúncias
Terça-feira, 28 Novembro de 2000, 02h49

São Paulo - A suspeita de que aproximadamente 20 jogadores brasileiros podem estar vivendo em regime de semi-escravidão nas províncias ao sul da China surpreendeu o técnico Muricy Ramalho, da Portuguesa Santista. Em 1998, ele trabalhou no futebol chinês e conquistou o título nacional à frente do Sheuhua (equipe da cidade de Xangai).

"Não acredito que isto esteja acontecendo. Os atletas entram na China com a passagem de volta marcada e necessitam que os passaportes fiquem permanentemente sob seu poder", explicou. "Além do que o consulado e a embaixada do Brasil, nas cidades de Xangai e Pequim, dão total apoio às pessoas que não se adaptaram à vida no país."

Segundo Muricy, o problema é que muitos brasileiros não resistem ao choque cultural, alimentação e clima, pedindo para voltar antes do término de seus contratos. "Eles viajam somente atraídos pelos bons salários, que variam de US$ 5 mil (pequenos clubes da Segunda Divisão) a US$ 25 mil (equipes de ponta da Liga Principal), contou. "Mas chega um momento em que eles não estão mais nem aí para o dinheiro e pedem para voltar."

Para o treinador, no entanto, isso não seria suficiente para fazer com que clubes ou empresários chegassem a manter os atletas em regime de cárcere privado. "Eu jamais disse que alguns jogadores vivem acorrentados na China, como um jornalista irresponsável de outro diário escreveu. Muitos menos que o Itamaraty negocia a sua retitada com o Partido Comunista Chinês", rebateu.

Com relação a este assunto, Muricy garante que o problema se restringe à rescisão contratual. "Se o atleta assina um contrato por um determinado período e não o cumpre, fica preso ao clube neste período, sendo impedido de exercer sua profissão no Brasil enquanto o mesmo não se encerrar. Mas este negócio de que fica impedido de voltar não tem nada haver."

O regime de concentração no país, porém, é dos mais rígidos. "Os jogos normalmente são aos domingos e os atletas locais começam a concentrar com cinco dias de antecedência. Mas os brasileiros têm o `privilégio' de chegar ao clube somente na sexta-feira à noite. Os dirigentes respeitam nossos costumes."

Falsas promessas Quanto aos empresários, o técnico disse que realmente existem alguns que não cumprem o prometidos. "Como em qualquer profissão, existem profissionais bons e ruins. Tem empresário que não dá o amparo necessário ao garoto, o que atrapalha mais ainda a sua adaptação. Mas jamais confisca o seu passaporte, que é algo constantemente exigido pelas autoridades nas ruas."

Outro motivo que faz Muricy duvidar da veracidade da denúncia é o fato de o Campeonato Nacional ter terminado recentemente. "Isto ocorreu no início do mês. Os treinamentos nem reiniciaram, pois a próxima temporada só começa em meados de fevereiro de 2001." Com apenas sete anos de futebol profissional, a China já almeja vôos mais altos. "Eles contrataram o Bora Milutinovic com o objetivo de classificar o país para a Copa de 2002. Sonham, inclusive, organizar futuramente um Mundial. Por que iriam querer dar um mau exemplo como este?", questionou. "A imagem do futebol chinês seria prejudicada em todos os continentes. Lá atuam jogadores iugoslavos, africanos e alemães, entre outros", concluiu Muricy.

Um dos brasileiros que não resistiu à vida dura na China é o treinador Maurício Cogo, que dirigia as categorias de bases de uma equipe na cidade de Guilim. Quando retornar ao Brasil, ele poderá esclarecer quais foram os motivos que o levaram a abandonar prematuramente o país oriental.



Jornal da Tarde


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