Brasília - O ex-dirigente do Moto Clube, Antonio José Cassas de Lima, admitiu há pouco na CPI da CBF/Nike que existe um esquema montado por empresários do futebol, atuando no Maranhão, que leva jogadores pobres "com a promessa de ganhar muito dinheiro". Segundo ele, a grande maioria, no entanto, "acaba se transformando em mão de obra barata", como pintores, pedreiros e padeiro.
Cassas de Lima confessou na CPI que ao negociar o jogador Delson para o Monastienne da Tunísia recebeu US$ 50 mil pelo passe do jogador. Desse total ele admite que distribuiu US$ 30 mil para o empresário, deu US$ 10 mil ao jogador e os US$ 10 mil ele transformou em moeda, sem comunicar a Receita Federal.
Cassas de Lima admitiu também que, como médico da Federação Maranhense de Futebol, já assinou documentos atestando a idade de um jogador para favorecer a sua transferência para o exterior.
O relator da CPI, deputado Silvio Torres (PSDB-SP) questionou o depoente se essa prática não se caracterizaria como "gato". "Pode ser excelência", admitiu Cassas de Lima.