Brasília - Às vésperas de disputar mais uma vez o cargo de presidente do Flamengo, o ex-deputado Márcio Braga foi fazer campanha na CPI do Futebol, no Senado. Na lista de compromissos que pretende assumir, se for eleito, ele destaca sobretudo a bandeira da moralização.
Braga responsabilizou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, pelo "balcão de negócios" a que vê reduzido o futebol brasileiro. O exemplo da entidade, na sua opinião, foi seguido pelas federações e hoje o Brasil correria o risco de ter o capital estrangeiro dominando os clubes de futebol. "Alí (CBF) é que nasce o ovo da serpente", disse.
Ele pediu discernimento ao presidente da CPI, senador Álvaro Dias, para separar, no decorrer das investigações, as irregularidades cometidas pelos dirigentes da imagem dos clubes, "que não podem arcar com o que fazem dois ou três bandidos". Márcio Braga disse que desde o início foi contra a reeleição de Ricargo Texeira na CBF, mas que as ações que moveu para impugnar as eleições não surtiram efeito. "Sei que ele montou um grande esquema de corrupção eleitoral no futebol brasileiro", afirmou.
A visita de Braga se estendeu ao gabinete do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), torcedor do Vitória, na Bahia, e do Fluminense, no Rio. Segundo Álvaro Dias, eles conversaram sobre a necessidade de dotar o futebol de leis que obriguem ao cumprimento da responsabilidade administrativa e que imponha penas a quem desrespeitá-la. O senador disse que vai propor a adoção de um modelo semelhante à Lei de Responsabalidade Fiscal, em vigência desde outubro ultimo, que obriga os administradores públicos a entrarem na linha.