Rio - O julgamento do lateral-esquerdo Rubens, do
Paysandu, que começou a ser realizado na noite desta terça-feira na Comissão
Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não terminou.
Foi baixada diligência do processo, pois dois dos quatro auditores pediram
vistas do processo, alegando que o assunto é complexo e genérico. Com isso,
o julgamento de Rubens foi adiado para a próxima semana.
O exame antidoping
realizado pelo lateral após o jogo entre Paysandu e Fortaleza acusou a
presença da substância Clostebol e seus metabolitos, de uso proibido.
Segundo o presidente da Comissão Nacional de Controle de Dopagem da
CBF, Tanus Jorge Nagem, esta substância é encontrada em pomadas para
cicatrização de feridas e de combate a inflamações vaginais. As duas pomadas
mais conhecidas que possuem esta substância são a Trofordemine e a
Novaderme.
Após esta declaração de Tanus, passou a ser cogitada a possibilidade
do exame do jogador ter dado positivo pelo fato dele ter mantido relações
sexuais com uma mulher que estaria usando esta substância para combater uma
inflamação vaginal.
A esposa do jogador, Lourdes Zanardini, foi ouvida pelos
auditores, em particular. Informações dão conta de que ela confirmou estar
usando uma pomada que tem a substância.
O julgamento foi interrompido após dois auditores terem votado. Luiz
Tavares Correia Meier votou pela condenação do atleta e Aloisio Costa votou
pela sua absolvição. Os outros dois auditores que teriam que votar, Marco
Aurélio Pachá e Paulo César Salomão Filho, se negaram a dar o voto alegando
que o assunto é complexo e genérico.
Segundo o advogado do jogador, José Mauro do Couto Filho, o
adiamento do julgamento acabou sendo positivo, pois ele terá mais tempo para
elaborar a defesa.
Rubens tem 23 anos e ficou muito chateado com a situação, pois
estava sendo pretendido pelo Cruzeiro, por indicação do técnico Luiz Felipe
Scolari, e por dois clubes do futebol carioca. O jogador já atuou por
CRB-AL, Coritiba-PR e Juventus-SP.