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Desanimado, Atlético-MG vive suspense de final de ano
Quinta-feira, 30 Novembro de 2000, 00h25

Belo Horizonte - O que a torcida quer saber - e anda exigindo há muito tempo-, a diretoria do Atlético vai divulgar só na segunda-feira. A lista com os nomes de quem sai, quem fica e quem vem será apresentada na próxima semana, com possibilidades, inclusive, de ser anunciado o treinador que irá dirigir a equipe na temporada de 2001.

Além disso, será divulgado também um balanço financeiro de 2000, relacionando gastos e arrecadações, contabilizando todo o prejuízo com as decepcionantes campanhas do time este ano, principalmente no segundo semestre. E o rombo não é pequeno. Com um déficit mensal de R$ 1 milhão, o clube deixou de arrecadar cerca de RS 10 milhões ao ser eliminado das copas João Havelange e Mercosul.

O superintendente de Futebol do Atlético, Eduardo Maluf, deve aproveitar sua passagem por São Paulo, nos próximos dias - irá participar de um curso de administração esportiva -, para fazer contatos com diversos clubes e estudar possibilidades de venda, troca ou empréstimo de jogadores.

Entre os jogadores que deverão ser envolvidos em negociações com outros clubes estão o zagueiro Cláudio Caçapa, o apoiador Cleison, o armador Ramon e o atacante Guilherme. Serão colocados em disponibilidade os zagueiros Márcio e Célio Silva, o volante Del Toro e o meia Fábio Mello.

A única coisa certa no Atlético é o embarque do atacante André este final de semana para Portugal, onde se apresentará ao Benfica, time que irá defender pelos próximos quatro anos. Ele viajaria hoje para Lisboa e faria sua estréia no clássico de domingo contra o Sporting, pelo Campeonato Português. O clube europeu comprou metade do passe do jogador por US$ 2 milhões.

Maluf garantiu que não há nada oficial em relação ao interesse do Corinthians na contratação do atacante Guilherme. Mas os rumores de que o atacante deverá se transferir para o Parque São Jorge são fortes, já que a diretoria do clube paulista está negociando Luizão. “Existem apenas especulações", afirmou o dirigente. O jogador também assegurou que desconhece a negociação. “Não estou sabendo de nada com relação ao Corinthians", ressaltou.

Exemplo palmeirense

Salários altos, contratações milionárias e jogadores de renome. Dificilmente este será o perfil do Atlético para a temporada 2001. A lição dada pelo Palmeiras neste segundo semestre, quando investiu em jogadores revelados no clube e vem conseguindo realizar excelentes campanhas na Copa João Havelange e na Mercosul, está sendo estudada pela diretoria atleticana.

Enquanto o Atlético tem jogadores com salários ultrapassando os R$ 100 mil, na equipe paulista alguns titulares recém-promovidos das categorias de base recebem quase 100 vezes menos. O meia Taddei, por exemplo, tem salário de R$ 1.500. “O clube que não fizer isso, está fadado a viver endividado. E nós temos como formar um grande time com atletas revelados na base. Assim como fez o Palmeiras, podemos dar a volta por cima e dar muito orgulho à torcida", avalia Maluf, que aprova a estipulação de um teto salarial no clube.

Jogadores fogem dos torcedores

A vergonha pela eliminação da Copa Mercosul na terça-feira, depois da derrota de 2 a 0 para o Palmeiras, estava estampada no rosto dos jogadores do Atlético antes e depois da reunião que tiveram com integrantes da diretoria ontem pela manhã. E foi confirmada pelo comportamento que o grupo teve nos momentos que antecederam o encontro.

Na chegada ao hotel onde costumam ficar concentrados, Guilherme e companhia não entraram pelo hall principal. Preferiram a porta dos fundos, temendo mais manifestações da decepcionada torcida atleticana. Ninguém, além do elenco e da diretoria, teve acesso à reunião onde seria “lavada a roupa suja".

O encontro, inclusive, foi antecipado a pedido dos próprios jogadores - a princípio, a reapresentação estava marcada para as 16 horas no CT de Vespasiano. “Resolvemos aceitar, mas não pudemos deixar que a imprensa e os torcedores pudessem ouvir as justificativas de cada um sobre a péssima campanha da equipe", ressaltou o superintendente de Futebol Eduardo Maluf.

Cabisbaixos, semblantes fechados, nenhum jogador falou uma palavra sequer antes da reunião. Após o encontro com os dirigentes, eles foram saindo um a um, em meio ao protesto tímido de um torcedor, que exibia uma nota de R$ 1 e chamava o atacante Guilherme de mercenário.

De acordo com Eduardo Maluf, a reunião serviu para que a diretoria do Atlético falasse e fosse ouvida. Criticasse e fosse criticada. “Fizemos uma avaliação de todo o ano e cobramos de todos o rendimento muito abaixo da expectativa", explicou o dirigente. Em 72 partidas oficiais disputadas este ano, entre Campeonato Mineiro e copas Sul-Minas, do Brasil, Libertadores, João Havelange e Mercosul, o time mineiro venceu apenas 28, um aproveitamento de 38.9% - o time ainda empatou 19 partidas e perdeu 25. E termina o ano com saldo negativo de quatro gols: marcou 108 e sofreu 112.

Frustrações abalam Marques

Há três anos no Atlético, Marques era o jogador mais abatido, nesta quarta-feira, por tudo que viveu este ano no clube. Para o atacante, o lado bom foram as cinco convocações para a Seleção Brasileira. “No primeiro semestre, até que a equipe foi relativamente bem, mas no segundo foi difícil em todos os sentidos. Não somente dentro de campo como também fora. Alguns fatores extra-campo interferiram no rendimento do time", disse o jogador, referindo-se ao não fechamento da parceria e os atrasos de salários.

Mas o problema que mais mexeu com a cabeça de Marques foi a desistência do Benfica, de Portugal, na sua contratação, quando estava tudo praticamente acertado. O Atlético receberia US$ 8 milhões, sendo US$ 4 milhões à vista e mais duas parcelas de US$ 2 milhões, uma em dezembro e a outra em março do ano que vem. “Isso foi uma palhaçada", disse, revoltado, o atacante. “Foi uma situação que jamais imaginei passar pela minha vida. Querendo ou não, prejudica a cabeça da gente", emendou.

A diretoria do Benfica anunciou que não mais iria contratar Marques, alegando que o jogador havia sofrido duas cirurgias. Em 93, ele se submeteu a uma cirurgia no tornozelo direito, onde foram colocados dois parafusos. Dois anos depois, fez outra operação no púbis, mas que nenhuma deixou seqüelas. A atitude do Benfica revoltou os dirigentes do Atlético e, principalmente, o jogador, que até hoje ainda não se conforma com o que aconteceu.

“Vou conversar com o meu procurador, Aurélio Dias, para ver qual atitude deve ser tomada, porque o único prejudicado nisso tudo, de fato, fui eu. Vou esperar para ver também se a diretoria tomará alguma posição quanto a isso", declarou Marques, que tem contrato até o final de 2002.

Atlético prioriza pagamento do passe do zagueiro Capria

Em meio à tanta turbulência, após uma temporada ruim, uma notícia boa para a torcida. O zagueiro Diego Capria, mais novo ídolo atleticano, pode ser o primeiro reforço para a temporada 2001. O Atlético envia hoje, último dia de prazo para o clube confirmar interesse do jogador, uma carta de intenção de compra do passe para a Associação de Futebol Argentino. A negociação, em definitivo, acontece apenas em 12 de dezembro, com o clube mineiro podendo pagar os US$ 850 mil restantes, parceladamente. Depois de longo período de recuperação, por causa de uma fratura na perna, Capria se valorizou com as boas atuações e os gols de falta que marcou na Copa Mercosul e Copa João Havelange.

Mas, conforme antecipou o HOJE EM DIA em sua edição do dia 25, o destino do zagueiro pode ser outro. O empresário do jogador, o também argentino Daniel Lalín, ameaça não negociar o passe já que o Atlético deve US$ 100 mil referente ao empréstimo feito no início do ano - o valor total era US$ 250 mil, mas o clube mineiro pagou apenas US$ 150 mil.

O Atlético teria, no entanto, como se “desculpar" pelo atraso, usando como justificativa os nove meses que Capria ficou parado se recuperando de uma fratura na perna. Mas esta opção foi descartada pela diretoria. “Se pedirmos isso, podemos receber um não como resposta e a situação iria ficar ainda mais difícil. Vamos tentar acertar do jeito que está", informa Eduardo Maluf, superintendente de Futebol do Atlético.

A carta de intenção que será enviada hoje pelo clube mineiro tem um longo caminho a percorrer. Primeiro, ela terá que ser oficializada pela Federação Mineira de Futebol e pela Confederação Brasileira de Futebol, que irá enviá-la para as entidades argentinas. Só então o Racing, de Montevidéu (Uruguai), detentor do passe do zagueiro, irá receber a documentação solicitando a venda de Capria. Caso o clube argentino aceite negociar o jogador em definitivo, o Atlético terá que pagar US$ 500 mil até o dia 12 de dezembro. O restante, será “amenizado" em sete parcelas de US$ 50 mil. O dinheiro apurado na venda de metade do passe do atacante André (US$ 2 milhões) será utilizado na compra do passe de Capria.

Nedo procura relaxar, apesar do futuro incerto

Uma boa experiência, mas desgastante. Essa é a opinião de Valdonedo Xavier, o Nedo, ex-auxiliar técnico de Márcio Araújo e Carlos Alberto Parreira, que assumiu o comando da equipe do Atlético na reta final da Copa João Havelange e da Copa Mercosul. “Evidentemente, não deu para fazer um bom trabalho. Enfrentamos muitas dificuldades. A carga foi muito pesada", desabafou o treinador. “Vou procurar dar uma relaxada esses dias", salientou.

O futuro de Nedo Xavier ainda é incerto. Ele lamentou o curto espaço de tempo que teve para desenvolver um bom trabalho e e também por não contar com um grupo maior de jogadores. “Infelizmente, o número de contusões foi grande", disse. Na opinião do treinador, a diretoria do Atlético terá que fazer mudanças radicais para a próxima temporada. Se a intenção é dispensar jogadores e contratar outros, é preciso que busquem reforços com características que a torcida exige. “São necessários jogadores com a cara do Atlético. Se tiver que errar, que erre o mínimo."

Nedo Xavier disse que sabe de suas qualidades e garantiu que, se não continuar no Atlético, sairá de cabeça erguida. Para ele, comandar o Atlético, um time de massa e de reconhecida grandeza, foi um desafio nestes 30 anos em que trabalha no futebol. “Fiquei abatido demais. Tive a oportunidade de viajar pelo mundo inteiro e não vi uma torcida tão empolgante como a do Atlético. Lamento não termos alcançado o resultado esperado", disse.

Dentro da reformulação que a diretoria do Atlético pretende fazer para o ano que vem, há a possibilidade de Nedo Xavier ser aproveitado. Não como treinador, porque outros nomes já estão sendo consultados, mas em outra função. Na lista de treinadores que interessam ao clube, estão Oswaldo Alvarez, o Vadão, Candinho e Carlos Alberto Silva. “Estou há muito tempo no profissional e trabalhando no campo. Eu não aceitaria exercer outra função", afirmou Nedo.

Diretoria vai multar Lincoln

O armador Lincoln será multado pela diretoria do Atlético. Ele foi vetado na véspera do jogo contra o Palmeiras devido ao uso de Neosaldina, que contém cafeína, substância proibida pela Comissão Antidoping. A sua ausência jogou por terra o esquema tático que seria usado pelo técnico Nedo Xavier na segunda partida das semifinais da Copa Mercosul _ o Atlético perdeu por 2 a 0, terça-feira, no Mineirão. O valor da multa não foi revelado por Eduardo Maluf.

Como havia tomado o remédio, Lincoln não foi relacionado para a partida de terça-feira. Desta forma, a comissão técnica procorou evitar qualquer problema, se o jogador fosse escolhido para o exame antidoping.

Os jogadores do Atlético ficam de folga até o dia 19, quando se apresentam para a realização de exames médicos. Depois disso, serão liberados novamente e só se reapresentam no dia 3 de janeiro, quando começam os preparativos para a temporada de 2001. O Atlético vai disputar três competições no primeiro semestre: Copa Sul-Minas, Campeonato Mineiro e Copa do Brasil.

Retorno

O volante Edgar e o atacante Wellington Amorim, emprestados ao América no início do ano, tiveram seus compromissos vencidos e foram devolvidos ao Atlético. Deverão retonar também Juninho Petrolina, emprestado ao Vitória, e Hernani, que defendeu a Ponte Preta na Copa João Havelange.



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