Rio - O secretário de Esportes da Espanha, Juan Antonio Gómez Angulo, afirmou nesta quinta-feira que o país terá que mudar as regras que limitam o número de estrangeiros - jogadores que não nasceram em países membros do Mercado Comum Europeu - por equipe. No ano passado, a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e o governo da Espanha decidiram que, a partir da temporada 2001-2002, cada time da Liga Espanhola só poderá contar com três estrangeiros.
A preocupação de Angulo se deve ao fato de que um tribunal de Madrid deu um veredito histórico em favor do jogador Valeri Karpin, nascido na Estônia. O jogador, que atua no Celta de Vigo, conquistou na Justiça o direito de ter os mesmos benefícios dos demais atletas que nasceram em países membros do Mercado Comum Europeu.
“A recente decisão judicial significa que o acordo firmado entre a Federação e o governo foi anulado. Agora terá que ser estudada uma reforma nessa legislação”, afirmou Angulo.
A RFEF comunicou que vai recorrer da decisão que beneficiou Karpi. Mas a conseqüência desse veredito do tribunal ainda não foi totalmente medida pela entidade. Ao todo, na Primeira Divisão do Campeonato Espanhol, 16 atletas nasceram em países como a Estônia, que tem acordos com o Mercado Comum Europeu sem ser membro.
Na Europa, os jogadores que nasceram em países membros do Mercado Comum Europeu não são considerados estrangeiros nas outras nações que também fazem parte do grupo. Por isso, vários jogadores brasileiros e argentinos acabam se naturalizando espanhóis, portugueses e italianos.