Rio - Do time do Paraná que enfrentou o Vasco na
polêmica partida do Campeonato Brasileiro do ano passado, quando o dirigente
Eurico Miranda invadiu o campo, o único jogador que continua no clube é o
meia Hélcio, que voltará a São Januário neste domingo, pelas
quartas-de-final da Copa João Havelange.
Se alguém poderia alimentar um sentimento de vingança, seria
justamente o meia, pois não só resto da equipe mudou, como também a comissão
técnica e até mesmo a diretoria. Na época, o treinador do time era Valdyr
Espinosa, hoje no Fluminense.
No entanto, Hélcio garante que o jogo de domingo não tem sabor de
revanche para ele, embora ele admita que o empate de 1 a 1 no dia 19 de
setembro acabou custando caro ao Paraná.
“Ainda faltavam uns oito minutos e nós estávamos com três jogadores
a mais. A tendência era que saíssemos de campo com uma vitória. Se isso
acontecesse, o time iria encarar o resto do campeonato com outro ânimo e
provavelmente não seria rebaixado. Mas naquele momento os jogadores viram
que o clube não tinha força política alguma, o que gerou um desânimo muito
grande”, afirma o meia.
O Paraná acabou sendo rebaixado por causa da média de pontos dos
dois últimos Campeonatos Brasileiros, já que em 1999 a equipe terminou em
17o lugar, na frente de Grêmio, Juventude, Botafogo-SP, Portuguesa e Sport.
A briga nos bastidores com o Vasco também influenciou no fato de o clube
paranaense não ter sido convidado para o Módulo Azul da Copa João Havelange.
Hélcio diz ainda que, no momento da confusão causada pelo
vice-presidente vascaíno, todos no Paraná já sabiam que não aconteceria nada
com o time do Rio.
“Todos conhecem o poder do Eurico, então não adiantava reclamar. Já
sabíamos que a partida seria paralisada e que o Vasco não perderia os pontos
do jogo. Se tivesse sido um dirigente do Paraná a invadir o gramado, a
equipe seria rebaixada já na rodada seguinte”, compara.
O jogador lembra que a expulsão de Juninho - a primeira das três que
aconteceriam naquela partida - foi injusta, o que aumentou a revolta da
torcida em São Januário.
Para o confronto de domingo, segundo Hélcio, o
clima é outro. “Não vejo como revanche, até porque as coisas nunca dão certo
quando são feitas por vingança. Nossa motivação é vencer uma equipe que já
teve vários jogadores na Seleção Brasileira, para conseguir projeção e uma
vaga na Copa Mercosul do ano que vem.”