Brasília - O empresário J. Hawilla, dono da empresa Traffic Marketing Esportivo depõe na quinta-feira na CPI do futebol no senado para explicar a intermediação de sua empresa no contrato firmado entre a CBF e a multinacional Nike. Havia uma expectativa na CPI de que as informações provenientes da quebra de sigilos bancários e fiscal da Traffic não fossem analisadas antes do depoimento, mas o relator da comissão, senador Geraldo Althoff, vai aproveitar o fim de semana para elaborar as perguntas que serão feitas ao empresário. "Inicialmente a nossa dúvida é se houve sonegação fiscal e a vazão de divisas para o exterior", disse Althoff.
O acordo entre a CBF e a Traffic firmado em 1989 trata da permissão para explorar a imagem da Seleção Brasileira em todas as categorias: merchandising, licenciamento e transmissão de TV. No dia 13, será vez do presidente da CBF Ri cardo Teixeira depor na comissão.
Para a próxima semana, estão previstos sete depoimentos. Na terça-feira comparecem os jornalistas Jaefi Carvalho e Leandro Quessada, que escreveram reportagens sobre tráfico de jogadores adolescentes para o exterior. Na quinta-feira comparecem os ex-jogadores Careca, Edmar Bernardes e André Augusto Leone; os empresários Eliseu Oliveira (Tiroga) e Jimmy Martins e o dirigente da União São João, José Mário Pavan.
Na pauta, as denúncias de falsificação de passaportes. De acordo com o presidente da CPI, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), os integrantes da comissão decidiram convocar os ex-jogadores empresários e dirigentes para que "ajudam a revelar o uso de passaportes falsificados. Queremos saber quem fornece, quem usa e como esses passaportes chegam as mãos dos jogadores".
Na quarta-feira, o senador Alvaro Dias (PSDB-PA), presidente da CPI do Futebol, vai se encontrar com o deputado Aldo Rebelo para discutir uma proposta a ser apresentada a liderança do governo no Congresso Nacional a respeito da Lei do Passe. "O mais provável é que as alterações que terão de ser feitas se processem através de medida provisória visto o adiantado do tempo", disse Rebelo.
Com essa medida provisória será necessário fazer modificação na Lei Pelé no artigo referente a extinção da lei do passe prevista para acontecer em 26 de março de 2001. "O fim da Lei do Passe nesse momento vai aumentar ainda mais as dificuldades dos clubes que não terão como competir no mercado internacional", sentenciou Rebelo.