Rio - O técnico Wanderley Luxemburgo passou o dia recluso, muito abatido com a repercussão negativa de seu depoimento, quinta-feira, à CPI do Futebol, no Senado. Ele conversou por telefone várias vezes com seu advogado Michel Assef e deixou o celular desligado a maior parte do tempo. De Assef, quis saber as conseqüências da longa sessão no Senado e até comentou que se arrependera de ter deixado mais dúvidas na opinião pública do que esclarecimentos sobre seu envolvimento em supostas irregularidades.
Num ponto, porém, Luxemburgo parecia mais tranqüilo - acha que convenceu os senadores e todos os que assistiram ao depoimento de que não tem mesmo nenhum negócio com drogas, como acusou Renata Alves, sua ex-procuradora. De acordo com Assef, seu cliente está aliviado pelo fato de ter tornado público o exame a que se submeteu para provar que não lida com drogas. "Foi uma acusação estúpida dessa moça, que vai ter de arcar com o ônus da gravidade de suas declarações", comentou Assef.
Luxemburgo teria evitado ler jornais e assistir aos noticiários da tevê e preferiu o convívio com a família - sua mulher, Josefa Costa Luxemburgo, e as três filhas. Ele pensa em passar alguns dias no interior de Goiás, na casa de amigos, como fez assim que retornou da Austrália. O técnico não sabe ainda em que lugar vai passar as festas de fim de ano. É possível que também viaje para os Estados Unidos por alguns dias
Reação - Pela manhã, uma mulher atendeu o telefone celular de Luxemburgo demonstrando bastante descontrole. Ofendeu o repórter aos gritos e atribuiu à imprensa carioca e paulista a situação delicada por que passa o ex-treinador da seleção. Ela não quis se identificar e, depois de dizer algumas palavras grosseiras, desligou o telefone.
Outras tentativas de contato com Wanderley Luxemburgo foram feitas durante o dia, sem sucesso. Ele não retornou as ligações.