Brasília - Os senadores da CPI do Futebol vão investigar de que forma o nome "Copag" foi utilizado nos depósitos em dinheiro feitos nas contas do ex-técnico da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo. Durante o depoimento do treinador, quinta-feira passada, o relator da comissão, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), informou que depósitos de feitos em nome dessa empresa foram efetuados entre janeiro e novembro de 1998 totalizando R$770 mil.
Segundo ele, em dezembro de 1998, janeiro de 1999, os depósitos regulares em dinheiro, que estavam sendo feitos pela Copag, passaram a ser feitos no mesmo valor nas contas de Luxemburgo, por uma outra empresa, chamada Intervenção. Ele exibiu ao treinador uma guia de depósito, que teria sido feita pela Copag, no valor de R$80 mil.
A iniciativa da CPI se deve à carta recebida nesta segunda-feira dos presidentes da Copag da Amazônia e de cinco outras subsidiárias do grupo. Eles afirmam que as empresas "jamais efetuaram depósitos de dinheiro, nem de cheque, em contas do técnico Wanderley Luxemburgo". Os remetentes se colocam à disposição da CPI para comprovar o que afirmam. Sugerem, ainda, que alguém possa ter usado a marca Copag "para simular origem mentirosa de depósitos, sem identificação de remetentes".
Os representantes da empresa afirmam que tomaram conhecimento da informação no jornal O Estado de S.Paulo . Quando foi interrogado por Althoff sobre esses depósitos, Wanderley Luxemburgo disse que não sabia do que se tratava. "Compaq ou Copag, agora não lembro", afirmou, prosseguindo "Copag tem a de baralho e Compag tem aquela de..é Compaq, não é? Compaq de computador, acho que é de computador".
Diante da insistência do relator, Luxemburgo disse que esses pagamentos mensais de R$ 80 mil era a metade do que recebia do Corinthians. "Os valores batem com o valor de R$ 80 mil que era quanto eu recebia na época em que eu trabalhava no Corinthians", concluiu finalmente o treinador.