Brasília - De acordo com o deputado Pedro Celso (PT-DF), as investigações das denúncias do uso de passaportes falsos por jogadores brasileiros radicados na Europa devem avançar bastante nesta semana. Afinal, nos próximos dias, a CPI da Nike, na Câmara, vai concentrar seus trabalhos neste assunto. Nesta terça-feira, ele vai pedir a quebra do sigilo bancário e fiscal dos ex-jogadores Careca e Edmar e do presidente do União São João, José Mário Pavan, que irão depor na quinta-feira. Os três estariam envolvidos no caso.
O deputado Pedro Celso vai querer que Careca responda no depoimento quem são os "agentes e advogados sem muito escrúpulo" que teriam arranjado passaporte portugueses falsificados para Jeda e Dedé, atletas do seu time (Campinas) e que foram jogar na Itália. O ex-jogador deu essa informação, para se livrar da responsabilidade, ao jornal italiano "Gazzetta dello Sport", que o entrevistou após o interrogatório de sete horas a que foi submetido no final de novembro, na Justiça italiana.
Nesta terça-feira, a CPI da Nike vai ouvir os jornalistas Jaeci Carvalho e Leandro Quesada, que fizeram reportagens sobre o tráfico de jogadores adolescentes para o exterior.
O deputado Pedro Celso disse que voltou de Portugal e Itália, onde esteve com seu colega Jurandil Juarez (PMDB-AP), convencido que a "quadrilha" que falsifica passaportes europeus para jogadores brasileiros tem ramificações em vários países. Segundo ele, a investigação da denúncia interessa não só aos países, como às localidades onde atuam esses jogadores. Citou como exemplo o interesse demonstrado pela Justiça de Udine, na Itália, onde se situa o Udinese, de propor um intercâmbio com a CPI para aprofundar as investigações.