Brasília - O ex-atacante da seleção brasileira Careca, disse que a imprensa está fazendo “um carnaval” com o seu nome, ao fazer ligações entre ele e o esquema de falsificação de passaportes para jogadores brasileiros que atuam na Europa. Careca está depondo neste momento na CPI da Nike - que investiga o contrato entre a empresa e a CBF e apura irregularidades na transferência de jogadores para o exterior.
O ex-jogador e que hoje é proprietário de uma academia de esportes em Campinas, juntamente com o ex-atacante Edmar (Edmar Bernardes) - reconheceu que durante a transferência dos jogadores Deda e Jeda, para o exterior, ele negociou com um agente que não sabe o nome, mas que se disse credenciado pela Fifa.
Careca também afirmou na CPI que sabia da transação de Jeda para o Vicenza (Itália) e revelou que o passe tinha dois valores: o primeiro de R$ 300 mil se o jogador entrasse na Europa com passaporte brasileiro. E um segundo valor, de R$ 1 milhão, caso conseguisse o passaporte comunitário - neste caso, documento português, onde o jogador tem parentes.
O empresário de Jeda, Eliseu Oliveira - conhecido por Tiroga - disse que recebeu R$ 100 mil pelo passe do jogador junto ao União S. João, de Araras (SP). Garante que ficou com 50% e deu outra metade ao jogador. Tiroga disse não saber por quanto o União negociou o passe do jogador.
Logo depois de Careca, deverão depor na CPI da Nike o presidente do União S. João, José Mario Pavan e o ex-jogador Edmar. O empresário Jimmy Martins, apontado como um dos falsificadores de passaportes, não foi localizado pela Polícia Federal para receber a convocação da CPI.