Buenos Aires - O ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona garantiu nesta quinta-feira que ganhou "de lavada" do brasileiro Pelé uma pesquisa via Internet da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para eleger o melhor jogador do século.
Em declarações por rádio, Maradona, de 40 anos, disse que "gostaria de ter algo mais preciso", informando de que a Fifa estaria realizando pesquisas antes de confirmar a distinção.
Segundo comentários extraoficiais, Maradona teria sido eleito melhor jogador do século, gerando muita polêmica. O apoio é unânime na Argentina e a repulsa generalizada no Brasil. O caso reativa a forte rivalidade entre as duas potências do futebol sul-americano.
"Desde o começo eu disse ao Guillermo (Cóppola, manager): não vamos festejar. Fui votado mas agora farão uma comissão, eles deviam ter feito isso antes", disse o ex-capitão da seleção argentina campeã do mundo no México-86 e vice na Itália-90.
Crítico permanente de Pelé, Maradona agregou: "Brigar com um brasileiro é bom, me conforma. E no pódio, com dois argentinos, vencemos na certa", acrescentou se referindo a Alfredo Di Stéfano, que estaria em terceiro entre os eleitos do século, segundo várias versões.
"De Di Stéfano eu gosto pela humildade, porque nunca mudou", disse o ex-jogador, que nos próximos dias pode regressar para Cuba, onde faz tratamento para se curar do vício em drogas.
Insistiu na defesa dos eventuais resultados da pesquisa, lembrando que foi escolhido pelas crianças no computador: "Eles perguntam aos pais quem foi o melhor e confirma o voto".
"Nós não somos ninguém sem as pessoas. O mesmo digo de (Gabriel) Batistuta (Roma). Ele deve ganhar a Bola de Ouro (da Europa) por sua condição. E isso é o que o povo diz", afirmou.
Além de sua reconhecida atuação em Copas do Mundo, Maradona também ajudou a tirar o Napoli de um prolongado ostracismo e deu ao time títulos inéditos na Itália.
Apesar de menos conhecida, foi fulgurante a atuação do craque no Mundial juvenil de Tóquio em 79, com uma equipe que obrigava os torcedores argentinos a acordarem cedo, para ver na TV, os malabarismos de Maradona e o jogo brilhante daquela seleção que contava com outros craques, entre eles, Ramón Díaz.