Com mão da Disney, vida de Pelé vira filme outra vez
Sexta-feira, 08 Dezembro de 2000, 21h13
Atualizada: Sexta-feira, 08 Dezembro de 2000, 21h19
Orçado em R$ 4,5 milhões, filme vai ter imagens como o primeiro gol do 'rei' pela seleção
Rio - A vida de Pelé vai virar filme. Um documentário de longa-metragem para o cinema, em 2001, e uma série com cinco capÃtulos de uma hora cada para a televisão, em 2002. A iniciativa é do produtor AnÃbal MassaÃni, com mais de 30 tÃtulos no currÃculo, três deles em que assina também a direção.
O filme sobre Pelé, ainda sem tÃtulo, será o quarto e tem exibição engatilhada no Brasil e no exterior, através da Disney, com mais de cem paÃses interessados.
"Como diz o ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, Pelé passou de astro a mito", comenta MassaÃni. "É preciso contar sua história à s novas gerações."
Este não vai ser o primeiro filme sobre o Rei do futebol. Em 1970, na euforia do tricampeonato mundial, Luiz Carlos Barreto lançou Isto é Pelé!, que se tornou um dos vÃdeos mais vendidos no PaÃs nos anos 80. "É um trabalho muito bom, mas muita coisa aconteceu nos últimos 30 anos. Falta, inclusive, a participação de Pelé no Cosmos de Nova York, a partir de 1974, uma guinada decisiva em sua carreira", lembra MassaÃni. "Foi quando ele entendeu que seu negócio era futebol e deixou outras atividades. A partir de então, sua assessoria começou a guardar material sobre ele, embora o próprio Pelé nunca tenha se preocupado muito com isso."
Demora - A idéia deste filme sobre Pelé tem quase 20 anos. Na Copa da Espanha, em 1982, o jogador e o produtor, amigos de longa data, fizeram projetos, que hibernaram até o ano passado, quando foi lançado o filme de Zico. Pelé cobrou a promessa e MassaÃni foi atrás de imagens que contassem a vida do jogador.
Achou preciosidades, em arquivos que precisaram ser recuperados. "Na TV Record, encontramos latas de filmes 16 milÃmetros, usados nos anos 50 e 60, antes do videoteipe se tornar acessÃvel à s emissoras brasileiras", conta MassaÃni. "Os filmes da antiga TV Tupi, guardados na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, encolheram e precisaram ser reprocessados. Tudo isso vai estar disponÃvel em suportes atuais."
Entre as imagens, há algumas inéditas ou que estavam esquecidas até pelos mais ferrenhos fãs do futebol. MassaÃni encontrou, nos arquivos do Canal 100, de Carlos Niemeyer, o primeiro gol de Pelé na seleção, um jogo entre Brasil e Argentina, em 1957, que teve vitória brasileira com um gol do estreante, então com 16 anos.
Os gols antológicos de Pelé estarão todos lá, ou quase todos, por pura falta de tempo. "Já temos catalogados 200. Dá vontade de repetir alguns, tal a genialidade das jogadas. Tem também propagandas de televisão, inclusive de concorrentes dos atuais", adianta o diretor. "Mas um documentário de cinema não deve ter mais de 100 minutos e resolvemos ampliar o projeto para a série televisiva."
Conversa - Além das imagens de arquivo, MassaÃni está recolhendo depoimentos de pessoas que conviveram com Pelé. No Brasil, já são mais de 60, inclusive de seus amigos de infância em Bauru, para onde o jogador se mudou aos três anos de idade. No exterior, são cerca de 30 entrevistas e, na edição, MassaÃni pretende entrelaçá-las, como numa conversa informal.
O depoimento de Pelé será o fio condutor de toda a história. "Vou me prender mais ao futebol, abordando só de passagem outras atividades de Pelé porque temos muito material interessante e indispensável", avisa o produtor. Por isso, devem ficar de fora os mais de dez filmes em que o jogador atuou como ator. "Mas devo colocar Pelé cantando uma música, porque ele compôs várias."
Atualmente, MassaÃni trabalha no roteiro com José Roberto Torrero, enquanto Vicente Sálvia cuida da trilha sonora, só com músicas inéditas.
O projeto está orçado em R$ 4,5 milhões e só depois de pronto a produção vai atrás dos patrocÃnios, através da Lei do Audiovisual. A estréia está prevista para o primeiro semestre do ano que vem. "Por enquanto, o mais difÃcil está sendo contar uma vida tão importante em apenas uma hora e meia", conclui o diretor.
Agência Estado
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