São Paulo - O Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), reunido em Mônaco, nesta sexta-feira, um dia depois de o Grupo Técnico de Trabalho definir uma proposta de regulamento, estabeleceu que serão necessárias mais discussões para a volta de alguns recursos eletrônicos à Fórmula 1. O Grupo tem novo encontro marcado para dia 14 de fevereiro. A nova proposta será aceita ou não na próxima reunião do Conselho, dia 1º de março.
Já se sabe, por exemplo, que seja qual for a decisão do Conselho, o uso desses recursos eletrônicos, proibidos desde 1994, só será permitido a partir da quinta etapa do Mundial, o GP da Espanha, programado para o dia 29 de abril. Todos os indícios apontam que o controle de tração e o câmbio completamente automático devem mesmo regressar à F-1.
A FIA acha-se numa situação delicada. Seu presidente, Max Mosley, excluiu boa parte da eletrônica embarcada alegando que ela constituía "auxílio à pilotagem." Mosley desejava repassar para o piloto a maior parte da responsabilidade da condução.
O controle de tração, que evita que as rodas girem em falso, assim como o câmbio automático, tiravam dos mais hábeis a possibilidade de ser mais veloz que um adversário menos capaz.
Mosley não pode agora, de uma hora para outra, esquecer a filosofia que orientou a formulação das regras técnicas da F-1. O Grupo Técnico de Trabalho, formado por representantes das equipes e dos pilotos, terá de provar que as novas medidas contribuirão para a "segurança na competição." O que deve ser feito e em seguida aprovado pelo Conselho.
O próprio Mosley já admitiu que hoje é "impossível" saber com precisão quem cumpre ou não o regulamento. "No mínimo uma equipe já utilizava o controle de tração", afirmou Mosley. Por não ter como provar, a FIA não pode agir. A liberação desses recursos eletrônicos evitaria as constantes transgressões disfarçadas.