São Paulo - O brasileiro Gustavo Kuerten tornou-se o primeiro tenista sul-americano do século a terminar o ano em primeiro lugar do ranking mundial, em Lisboa, domingo passado. Ganhou em uma mesma semana do sueco Magnus Norman, do russo Yevgeny Kafelnikov e dos norte-americanos Pete Sampras e Andre Agassi no terreno deles, o piso rápido. Mas somente uma pequena faixa de brasileiros privilegiados puderam ver as partidas pelos canais da tevê fechada (por assinatura).

A Rede Record pretende mudar um pouco esse quadro para o ano que vem. Ainda não é um campeonato inteiro. Mas a Record, em parceria com a Octagon Koch Tavares, que tem os direitos de transmissão das partidas do tenista, colocarão o jogador na telinha toda vez que ele estiver disputando uma semifinal e final de competição em 2001, no circuito profissional.

Quem garante é o coordenador de esportes da Record, Edu Zebini. A emissora bateu o recorde de audiência na história de transmissões de partidas de tênis no País na final de Roland Garros, no meio do ano. No domingo, quando Guga venceu o sueco Magnus Norman, pico foi de 26 pontos, com média de 17.

Cada ponto equivale a 80 mil domicílios na Grande São Paulo. O veterano narrador Rui Viotti se emocionou na transmissão. "É um sonho poder estar vivendo esse momento."

"Estaremos seguindo os passos de um dos maiores ídolos do Brasil de todos os tempos", diz Zebini. Em relação ao Masters de Lisboa, o coordenador diz que não poderia colocar a final no ar porque os direitos eram da Rede Globo. A concorrente adquiriu os direitos quando comprou o "pacote" para transmissões da Copa do Mundo de futebol, segundo Zebini.

Mas no Brasil a Globo teve de colocar as partidas na tevê fechada, por meio do canal SporTV. Na sexta-feira foi divulgada a programação de Guga para o primeiro semestre. A primeira competição será o Aberto da Austrália, que começa dia 15 de janeiro, em quadra rápida, seu único torneio na Oceania.

Pelo regulamento da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), o tenista terá de disputar os quatro torneios do Grand Slam (Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Aberto dos Estados Unidos), os nove Masters Series e outros cinco de nível mais baixo.

Etapa carioca Depois da Austrália, na semana de 5 de fevereiro o brasileiro volta ao Rio de Janeiro, onde jogará a Copa Davis, no saibro, contra o Marrocos, no Clube Marapendi - uma rara chance de vê-lo atuando no País. Na semana seguinte ele treina e em seguida vai a Buenos Aires e depois a Acapulco, sempre atuando em saibro. Em 12 de março começa a disputa do Masters Series de Indian Wells, nos Estados Unidos, em quadra rápida. Na semana seguinte os jogos, ainda em quadra rápida, serão no Masters Series de Miami.

Caso o Brasil passe pelo Marrocos, nos primeiros dias de abril ele estará novamente à disposição da equipe da Davis. E depois vai à Europa, para jogar no saibro o Masters Series de Montecarlo, de Roma, de Hamburgo, o torneio de Roland Garros e depois na grama de Wimbledon.

O tenista já demonstrou que seu calendário será bem enxuto nesta temporada. Privilégios de quem é o melhor do mundo. Guga terá bom número de pontos para defender no ranking, mas a deve continuar entre os melhores. O título do Masters, conquistado em Lisboa, só será defendido no final do ano.

Jornal da Tarde