Goiânia - Depois de sete anos e meio de clube, o volante Túlio, mesmo sem nenhum desespero, acha que está na hora de sair do Goiás. "Acho que se pintar um bom negócio, esse é o momento mais propenso, com certeza", avalia. "Mas não estou me preocupando muito com isso agora, não. Se não houver um negócio satisfatório para mim e para o clube, continuo na Serrinha."
Túlio está curtindo férias em Brasília, cidade que deixou em 1993 para integrar os juvenis do Goiás. Apenas dois anos depois, vestiu pela primeira vez a camisa de titular do time principal, lançado pelo técnico Hélio dos Anjos, então em sua passagem anterior pelo alviverde. "Ganhamos de 2 a 0 do !Bahia!", lembra.
Túlio é sensato até para enumerar os motivos que o levam a pensar ser esta a melhor ocasião para deixar o clube. "Fizemos uma ótima campanha, embora o último jogo (a derrota de 3 a 0 para o Paraná Clube, no Serra Dourada) tenha manchado a campanha, que foi muito bonita. Mesmo assim, os atletas do Goiás saíram valorizados", diz. "Além disso, para a posição em que jogo, o elenco tem várias opções que estão surgindo, como o Johnathan e o Tiago, além do Marabá e Josué."
Uma coisa, Túlio confessa. "Tenho recebido mais ligações de empresários do que de jornalistas nas últimas semanas." Isso, porém, não significa nada. "A conversa não tem de ser comigo, mas com a diretoria. Tenho contrato até o dia 16 (de janeiro). Se tiver de pintar alguma coisa, será até lá. Mas tem de ser algo melhor do que o Goiás."
Nem para Túlio nem para qualquer outro jogador do elenco há alguma novidade em termos de negociação, diz o diretor de futebol Raimundo Queiroz. "Espera que os clubes deixem de ter interesse para ter propostas pelos nossos jogadores", ironizou o dirigente. "O Palmeiras, por exemplo, tem interesse no (lateral) Marquinhos desde aquele jogo em que ele fez dois gols de falta, no Parque Antártica, em 1997. Apesar disso, nunca apresentou nada de concreto."
Para ele, o futebol brasileiro está em compasso de espera por uma situação econômica melhor. "E isso já faz algum tempo, tanto é que nesse ano, à exceção de alguns clubes, como Flamengo e Santos, praticamente ninguém fez contratações de peso. Os jogadores estão aí, mas o que podemos fazer se não temos nenhuma proposta?", questiona.