Curitiba - O ex-presidente do Coritiba, João Jacob Mehl, lamentou nesta quarta-feira que seu nome foi envolvido em denúncias de vendas irregulares de jogadores, depois que a CPI do Senado pediu a quebra dos seus sigilos fiscal e bancário. "No meu período na presidência do Coritiba não vendi nenhum jogador", garantiu o dirigente. Apesar disso, ele elogiou o trabalho da CPI. "Espero que faça uma depuração. Mas, com minhas contas vão chorar, porque elas são limpas."
Mehl disse acreditar que seu nome foi envolvido no caso por causa das notícias de que teria comprado o passe do atacante Brandão por R$ 300 mil e vendido por R$ 3 milhões. Na verdade, revelou o dirigente, o jogador tinha sido emprestado ao Marítimo, de Portugal, durante um período em que ele esteve licenciado do cargo. Depois, o atleta retornou ao Coritiba.
No fim do mandato de Mehl, o Coritiba também negociou o volante Mozart com o Flamengo. Mas o clube carioca não concordou com os valores, deixou de pagar e o negócio foi desfeito. Depois que ele deixou a presidência, houve acordo e o jogador foi vendido. "Estas coisas deram motivo para meu nome ser envolvido", acredita. "Lamento, porque isso castiga a gente, mas estou absolutamente tranqüilo."
O ex-presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, que também teve seus sigilos quebrados pela CPI, preferiu não fazer nenhum comentário sobre o caso. Seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse, por intermédio da sua assessoria de imprensa, não entender o motivo da quebra do sigilo de seu cliente. "Mas toda documentação estará à disposição da CPI, porque ele não tem absolutamente nada a esconder", afirmou.