São Paulo - A diretoria do Palmeiras está exigindo uma explicação da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a atuação do árbitro Oscar Roberto Godoi, na partida entre Palmeiras e Vasco, na terça-feira.
O Alviverde venceu por 1 a 0, provocando uma terceira partida para definir o campeão da Copa Mercosul, mas Godoi irritou dirigentes, jogadores e torcedores ao dar seis minutos de acréscimo, quando o representante levantou uma placa indicando três minutos, por orientação do próprio árbitro.
Para o diretor de Futebol, Américo Faria, não basta o juiz assumir seu erro, como fez logo após a partida. “Se exigimos transparência e independência para a Comissão de Arbitragem, há a obrigação recíproca de dar explicações sobre um fato como este,” destacou o dirigente.
Na sua opinião, a falha de Godoi foi gritante e poderia ter ocasionado uma revolta sem precedentes no estádio, caso o Vasco fizesse um gol. “Não foi algo interpretativo, a placa foi levantada e todos viram,” observou. “Não podemos admitir que uma situação dessa não seja explicada por quem escala o trio de arbitragem,” completou.
Godoi explicou que cometeu um erro de cálculo e, por isso, acrescentou três minutos a mais do que o previsto. “Foi erro de matemática, só que havia mais três pessoas que poderiam me avisar”, disse, referindo-se aos auxiliares e ao juiz reserva. “Depois dessa bobagem, acho que não apitarei mais jogos internacionais.”
Exagero – Não é a primeira vez que um árbitro extrapola nos acréscimos. No Campeonato Paulista de 1984, Emídio Marques Mesquita acrescentou 14 minutos à partida entre Santos e São Bento, na Vila Belmiro. Com esta prorrogação, o Santos, que empatava por 1 a 1 naquela noite de 25 de outubro, fez o gol da vitória aos 54 minutos do segundo tempo, por meio de um chute de Humberto. O jogo só se encerrou aos 59 minutos da etapa final.
A própria torcida voltou-se contra o árbitro, que ouviu os protestos do técnico Cabralzinho, do São Bento. No dia seguinte, Mesquita foi afastado do quadro de arbitragens pelo então presidente da Federação Paulista de Futebol, José Maria Marin.