Bruxelas - O acordo entre a Comissão Européia e a Fifa, que permitirá a alteração do sistema de transferências de jogadores de futebol, ficou mais próximo depois da reunião desta quarta-feira, em Bruxelas, no segundo encontro para resolver o assunto. A discussão também teve a participação de representantes da Uefa (União Européia de Futebol) e dos atletas. A CE pediu à Fifa maiores detalhes da proposta elaborada pela entidade, mas os dois lados começam a se entender em relação a alguns pontos. A alteração no sistema de transferências é uma exigência da CE para que haja uma adequação ao direito trabalhista europeu.
Na reunião desta quarta-feira, o ponto de maior convergência foi em relação à criação de períodos, durante as temporadas, em que as transferências serão permitidas. Isso deve ocorrer seis vezes por ano.
A Comissão Européia também se mostra disposta a aceitar um "sistema de compensação financeira progressiva”, para recompensar o clube que formar um jogador quando este trocar de equipe depois de completar 18 anos. Pela proposta, o clube formador terá direito a receber parte do valor que o atleta receberá ao se transferir. "A Comissão poderá aceitar. Mas teremos de dispor de mais detalhes sobre como ele irá funcionar”, disse o porta-voz da CE para os esportes, Mario Monti. O "período de formação”, para efeito de indenização, devera terminar quando o atleta completar 23 anos.
Um problema em relação aos jovens jogadores é que as leis européias prevêem a livre circulação de trabalhadores a partir dos 16 anos, mas a Fifa e a Uefa não estão dispostas a permitir transferências antes que um atleta complete 18 anos.
Uma nova reunião foi marcada para o dia 20, mas não será definitiva. "As negociações estão se desenvolvendo em uma atmosfera construtiva, mas não há data estabelecida para que ocorra um acordo”, disse o porta-voz da CE. O secretário-geral da Fifa, Michel Zen-Ruffinen, é mais otimista. "Creio que chegaremos um acordo na segunda quinzena de janeiro.”