Rio - Outro tema que vai continuar merecendo destaque na CPI da Câmara, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, é a escalação do atacante Ronaldo na final da Copa do Mundo de 1998, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela França por 3 a 0. Ronaldo teve uma crise de convulsão antes da partida e terá que depor na CPI. Assim como o lateral-esquerdo Roberto Carlos e o meia César Sampaio, que também disputaram o Mundial. Esses três depoimentos acontecerão durante o período de recesso da CPI, pois os jogadores, que atuam no exterior, só poderão estar no Brasil em janeiro.
O ex-jogador Dunga, capitão do Brasil na Copa do Mundo, e Zico, que fez parte da comissão técnica da Seleção Brasileira, também foram convocados, mas sem datas definidas para os seus depoimentos.
Edmundo, atacante reserva no Mundial, voltará a depor para confirmar se o funcionário da Nike Luiz Alexandre realmente freqüentava a concentração da Seleção Brasileira em dias de jogos. Luiz também foi convocado para depor.
Médicos da clínica francesa onde Ronaldo foi atendido antes da partida serão procurados para prestar esclarecimentos sobre a real condição física do atleta.
Mas as investigações da CPI não vão se limitar ao caso envolvendo a escalação de Ronaldo. O ex-técnico da Seleção Brasileira Wanderley Luxemburgo terá que depor para responder as acusações feitas por Renata Alves, sua ex-secretária. Renata também foi convocada.
Outro que terá que depor é Pelé, ex-ministro extraordinário dos Esportes. Pelé terá que explicar algumas transações financeiras de sua empresa Pelé Sport Marketing e opinar sobre temas ligados ao futebol, devido a sua experiência como ministro. O requerimento pedindo a convocação de Pelé foi assinado pelo deputado Eurico Miranda (PPB-RJ).
O presidente da Federação de Assistência aos Atletas Profissionais, Wilson Piazza, também foi convocado para depor. Ele falará sobre a atuação da entidade que preside no futebol brasileiro.
A transferência de jogadores menores de idade para o exterior também foi tema nas aprovações de requerimentos. Vários empresários acusados de intermediar este tipo de transação, como Ted Júnior, foram convocados. O ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, e o diretor-Geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro Filho, também terão que depor para explicar as facilidades com que estes menores deixam o país e o porquê dos consulados brasileiros não tomarem nenhuma medida para apoiar estes meninos.