Rio - Quando deixou o São Caetano para se
transferir para o Botafogo, o atacante Túlio não poderia imaginar que a
equipe paulista se juntaria aos times da elite do futebol brasileiro e ainda
por cima chegaria à decisão da Copa João Havelange. Apesar disso, ele
garante que não se arrepende de ter trocado de clube, mesmo tendo ficado na
reserva durante o período no Alvinegro.
“Ninguém é Mãe Dinah para adivinhar o futuro. Se o São Caetano
chegou onde está é porque teve seus méritos. Um deles é Jair Picerni, um
excelente treinador e que tem como virtude a ousadia. O time joga para
frente, o que facilita muito o trabalho dos atacantes”, elogiou Túlio, em
entrevista à Rádio Tupi.
Curiosamente, enquanto esteve no São Caetano, Túlio deixou na
reserva o atacante Adhemar, hoje artilheiro da competição nacional, com 22
gols. “ O Adhemar é uma grata revelação, apesar dos 28 anos de idade. Ele
é uma pessoa bastante humilde e para mim não é nenhuma surpresa as boas
atuações que vem tendo na Copa João Havelange”, afirmou.
Se para o time do ABC paulista o atacante só tem elogios, a coisa
muda de figura para o Botafogo. Túlio criticou a atuação dos dirigentes
alvinegros, que não conseguiram uma parceria para o clube, e o esquema
tático da equipe, que deixava os atacantes isolados.
“É inadmissível que um clube como o Botafogo não tenha uma
parceria. Faltou planejamento para conseguir recursos. Espero que este ano
sirva de lição e que a diretoria não repita mais esses erros, para fazer do
Botafogo um clube de acordo com a sua grandeza”, disse Túlio.
“Na equipe,
faltou um esquema que pudesse deixar o atacante em condições de fazer o gol.
O nosso meio-campo deixou a desejar e faltou um homem de criação na equipe.”
Ele lembrou que, no time campeão brasileiro de 1995, o Botafogo
tinha os meias Iranildo, Beto e Sérgio Manoel para armar as jogadas de
ataque. Túlio também não poupou críticas à torcida do Fluminense, que,
segundo ele, foi bastante antipática com sua passagem pelo clube. “ Quando cheguei no Fluminense, eu estava bastante motivado para
tentar reerguer o clube, que naquela oportunidade não estava vivendo um bom
momento. Mas eu acho que a antipatia da torcida do Fluminense, que não
assimilava a minha forma de atuar em campo, foi o que determinou a minha
saída do clube.”